Nicolelis: ‘Erros cometidos pelo Brasil na pandemia vão entrar pra história’

 Nicolelis: ‘Erros cometidos pelo Brasil na pandemia vão entrar pra história’

A quantidade de erros que Brasil cometeu no combate à pandemia do novo coronavírus entrará para a história, afirma o coordenador da Comissão Científica do Consórcio Nordeste, Miguel Nicolelis.

Em entrevista ao portal UOL na manhã desta sexta-feira (5),  o médico e neurocientista disse que os números de casos e óbitos registrados, apesar da subnotificação, já demonstram que o país vive sua maior tragédia de todos os tempos. Até agora são 34.021 mortes, estatística sombria que faz do Brasil a terceira nação do mundo que mais perdeu vidas para a Covid-19 nesta pandemia.

Os dados apontam, pelo terceiro dia consecutivo, o maior número contabilizado no período —na quarta (3), foram registrados 1.349 óbitos.

“A quantidade de erros é um caso histórico. Vai entrar para a história. Vai haver uma descrição do grande fracasso do governo federal em lidar com a maior crise sanitária. Ouso dizer que esse evento vai entrar como a maior guerra da história do Brasil, porque é uma guerra biológica e as pessoas não se deram conta”, afirmou Nicolelis.

“Estou falando, a gente vai contar essa história daqui a 50 anos e os erros crassos vão ser tão claros que as pessoas vão ler o livro e dizer: ‘Eu não acredito nisso aqui”, prosseguiu.

Na avaliação do especialista, não houve qualquer reação ou planejamento do governo federal e faltou uma mensagem coerente e unificada que mostrasse a importância do isolamento social, considerado pela comunidade científica como o método mais eficaz no combate à pandemia.

“Não há sistema hospitalar no mundo que dê conta da capacidade de reprodução desse vírus. Então, como não levamos a sério desde janeiro, não ajudamos estados e municípios do ponto de vista de um governo unificado, não criamos testagem eficiente em todo Brasil, não criamos equipamentos necessário e não tiramos vantagem do sistema de saúde, dos agentes de saúde que deveriam ser a primeira linha de defesa”, afirmou Nocolelis.

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