Caso Marielle: Bombeiro, amigo de Lessa, deu sumiço ao celular pessoal antes de ser preso pela Polícia Civil
No dia da prisão do sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, de 44 anos, na última quarta-feira, a Polícia Civil não encontrou o celular pessoal do bombeiro, objeto considerado mportante nas investigações. Os investigadores acreditam que ele tenha dado sumiço no aparelho pouco antes de ser preso. Suel, como é conhecido por seus pares, é apontado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como cúmplice do sargento da PM Ronnie Lessa, acusado das mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, há dois anos e três meses. Segundo os investigadores, o bombeiro teria emprestado o carro para o descarte de armas de Lessa, no dia seguinte à prisão do PM, em março do ano passado. Entre o armamento, que teve como destino final as profundezas do mar da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas, estaria a metralhadora HK MP5 usada no crime.
Leandro Meuser, que defende o militar, negou que Suel seja miliciano. Disse ainda que ele poderá provar como adquiriu seu patrimônio.
— Eu acredito que ele não tenha envolvimento com a milícia. Eu não conversei com ele sobre isso — afirmou Meuser. — O meu cliente não tem perfil de miliciano. Ele me disse que tem outras rendas. Acredito que ele não seja da milícia.
Meuser disse que a casa de Suel é alugada:
— Aquela casa não é dele. Perguntei ao meu cliente sobre sua renda, já que ele não poderia ter um imóvel daquele tipo com o salário que ganha no Corpo de Bombeiros. Maxwell me contou que tem outras rendas e que, inclusive, foram declaradas. Posso afirmar que ele tem dinheiro suficiente para ter os bens que tem. Ele não vive só do soldo de militar — concluiu Meuser, que também negou a participação do bombeiro no descarte das armas de Lessa.
O advogado, no entanto, confirmou a amizade entre Suel e Lessa. Ele disse que pretende impetrar um pedido de habeas corpus em favor do cliente nos próximos dias, mas se queixou de não ter acesso ao inquérito contra o bombeiro.
O titular do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, não acredita na versão do bombeiro.
— Podemos afirmar que sua renda não é compatível com os bens que ele tem. O Suel está sendo investigado por lavagem de dinheiro e, futuramente, poderá até ser indiciado por isso — declarou.
Sobre as acusações da Polícia Civil em relação à obstrução de justiça no Caso Marielle, a defesa de Suel garante que não houve.