Processos educativos confirmam compromisso da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas com a promoção da igualdade racial

 Processos educativos confirmam compromisso da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas com a promoção da igualdade racial

O dia da Consciência Negra, 20 de novembro, é um símbolo da importância da cultura Africana na construção do Brasil e propõe reflexões sobre o combate ao racismo e discriminações bem como sobre a inclusão da população afro-descente em todos os setores sociais. Com este entendimento, a rede municipal de ensino de Lauro de Freitas desenvolve processos educativos com o objetivo de cooperar para a formação de negros e negras conscientes. A rede confirma seu compromisso coma promoção da igualdade racial tanto por atividades desenvolvidas pelo corpo docente quanto por ações direcionadas pelas equipes gestoras da Secretaria Municipal de Educação (Semed).

Em 2019, a Semed, por meio da Coordenação da Educação Básica, incluiu no currículo do Ensino Fundamental I e II e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) a disciplina História da Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena. As discussões sobre a implantação desta e de outras novas disciplinas ocorreram em 2018. Técnicos e gestores da secretaria se reuniram com educadores, gestores e coordenadores das unidades educacionais, estudantes e seus pais, apresentaram a proposta de alteração do currículo pedagógico e identificaram as demandas da comunidade escolar sobre questões étnicas.

As novas disciplinas foram aprovadas pelo Conselho Municipal de Educação (CME). De acordo com a titular da Semed, Vânia Galvão, é importante inserir estas discussões no cotidiano da escola, pois há dispositivos históricos ainda imperantes que estruturam relações de inferioridade e superioridade racial na mente das pessoas. “Por isso, desenvolvemos processos educativos cotidianos que colaborem para que nossos estudantes compreendam que a cultura africana é tão responsável pela formação do Brasil como qualquer outra e que, por isso, não podemos admitir em pleno século XXI a relação ‘opressor e oprimido’ por conta de diferenças étnicas, aliás, por nenhuma razão”, atesta a secretária.

Uma dessas iniciativas, o projeto pedagógico Uhuru: procura-se representação, da professora Carla Santos Pinheiro, que atua Escola Municipal do Loteamento Santa Júlia, está concorrendo ao XXI Premio Arte na Escola Cidadã, promovido pelo Instituto Arte na Escola (IAE), localizado no Estado de São Paulo.  O projeto foi desenvolvido entre os meses de agosto a novembro de 2018, envolvendo 50 crianças da Educação Infantil. As atividades tinham como objetivo estimular nos educandos o reconhecimento, valorização e fruição das diversas manifestações artísticas e sociais das cultura afro-brasileira.

Outra iniciativa interessante ocorre no Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos. Como explica a educadora Fátima Santana Santos, desde 2013, a unidade trabalha com uma perspectiva afrocentrada na educação infantil, com o objetivo de promover educação antirracista. “Estas atividades possibilitam que nossos educandos encontrem as belezas da cultura negra, considerando tanto o biótipo humano quanto as suas manifestações culturais”, completa Vânia Galvão.

Conforme pondera a secretária, estas iniciativas representam um processo educativo rotineiro que permite aos estudantes negros se autoafirmaremenquanto cidadãos afro-descentes. “Isto colabora também para o processo de ensino aprendizado, pois crianças e adolescentes empoderadasdesenvolvem como maior facilidade suas habilidades cognitivas”, afirma.    

Desfile da Emancipação e o Concurso de Literatura – A Semed promove outras ações voltadas para estimular a Consciência Negra de toda a comunidade escolar, como Desfile da Emancipação e o Concurso de Literatura. Organizados pelo Departamento de Diversidade e Inclusão, da Coordenação da Educação Básica, os eventos ocorrem com temas previamente definidos referentes à história do município e suas construções culturais. “A cultura afro-brasileira está sempre nestas atividades, afinal 80% da população do município é afrodescendente. Portanto, falar em nossa história significa falar na cultura negra”, destaca a secretária.  

O desfile da Emancipação ocorre no centro de Lauro de Freitas, no final do mês de julho. Durante o evento, as escolas apresentam suas produções sobre a temática que escolheram dentro do temageral. Em 2019, mais de 1.500 estudantes de 20 escolas participaram da atividade, exibindo suas produções sobre a temática ‘Minha Cidade tem História e tem Memória’. O resultado do Concurso Literário é realizado sempre no final do mês de novembro, reforçando a importância da data simbólica de reflexão sobre a Consciência Negra.

Café culturalAinda, no sentido de valorizar professores que desenvolvem pesquisas e atividades educativas sobre a cultura afro-brasileira bem como incentivar outros educadores a atuarem com a temática, o Departamento de Diversidade e Inclusão desenvolveu o projeto Café Cultural. Trata-se de um café da manhã, que ocorre a cada dois meses, no qual dois professores homenageados apresentam e discutem suas produções acadêmicas e/ou sociais com os profissionais da Semed.

Neste ano de 2020, em decorrência do distanciamento físico necessário para evitar a proliferação do novo coronavírus, não foi possível realizar estas atividades. Mas, a temática da Consciência Negra permaneceu nas discussões da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas, integrando o conteúdo educativo que compunha a rotina pedagógica realizada pelas escolas para promover atividades educativas aos estudantes em suas residências, sob a orientação da Coordenação da Educação Básica da Semed

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