Turistas que gastaram R$ 4,1 bilhões na Olimpíada
Durante os Jogos Olímpicos, entre 5 e 21 de agosto, o Rio de Janeiro recebeu 1,170 milhão de turistas, sendo 410 mil estrangeiros e 760 mil brasileiros, informou nesta terça-feira o prefeito Eduardo Paes, com base em balanço da Riotur, empresa municipal de turismo. A assessoria da Riotur informou que o turismo gerou uma receita, neste período, de R$ 4,1 bilhões. O cálculo foi feito utilizando variáveis de gasto médio e permanência, além da quantidade de visitantes. Os turistas ficaram em média dez dias na cidade.
O gasto médio do turista estrangeiro foi de R$ 424,62 por dia e dos brasileiros, R$ 310,42. Segundo a Riotur, foram levados em conta despesas feitas na cidade com hospedagem, alimentação, lazer e transporte local, entre outros. Não entram na conta gastos para chegar à cidade, como passagens aéreas e de ônibus, nem com os ingressos para as competições, no caso dos que foram às arenas olímpicas.
Paes apresentou o balanço da Olimpíada ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Para o prefeito, os Jogos acabaram com a impressão de que o Brasil e o Rio de Janeiro têm a marca do improviso. “Nós aqui sempre fomos muito associados ao jeitinho e os Jogos mostraram, mais uma vez, que não somos só simpatia”, disse o prefeito. “Os Jogos mostraram capacidade de planejamento, de organização de trabalho sério e nossa capacidade de solucionar problemas com agilidade”, completou.
O prefeito comemorou o fato de que, entre 8.681 atendimentos feitos participantes da Olimpíada, somando atletas, profissionais e espectadores, na rede municipal de saúde (2.133 a turistas estrangeiros), não houve nenhum caso de zika. A preocupação com a transmissão do vírus durante os Jogos foi um dos principais temas da imprensa nacional e estrangeira no início do ano. “Foi mais seguro ficar no Rio do que ir a Miami”, disse o prefeito. “Durante algum tempo o alto grau de alarmismo, quase irresponsável, inclusive de alguns setores de saúde internacionais, deu a impressão de que quem chegasse no Rio seria carregado por enormes mosquitos da zika”, ironizou.
Para Padilha, os Jogos do Rio marcarão um novo parâmetro para Olimpíadas futuras. “Daqui para frente os Jogos serão diferentes, não terão mais ostentação de poder econômico e tecnologia, vão mostrar a alma do povo e inovações como a arquitetura nômade”, afirmou. O chefe da Casa Civil referia-se ao fato de que algumas arenas serão transformadas em outros equipamentos públicos, depois da Paralimpíada.
As piscinas do Estádio Aquático serão levadas para dois centros de treinamento em lugares diferentes. A Arena do Futuro, onde foi disputado o handebol, se transformará em quatro escolas. Paes disse ter recebido o telefonema de “três prefeitos que querem receber uma das piscinas da Olimpíada”. Padilha prometeu estudar a possibilidade de algum equipamento olímpico “ser transferido para outro centro urbano do País”.
Outro resultado comemorado pelo prefeito foi o público que 4 milhões de pessoas nos Boulevards Olímpicos montados na zona portuária, no Parque de Madureira (zona norte) e no ginásio Miécimo da Silva, em Campo Grande (zona oeste). “É uma Olimpíada democrática, as pessoas puderam participar sem gastar dinheiro com ingressos”, disse Paes. Houve, segundo a prefeitura, 110 horas de apresentações musicais e exibições de 904 artistas de rua, entre atores, malabaristas, mímicos, dançarinos e músicos.
Os números da Olimpíada mostram que os meios de transporte públicos bateram recordes de movimento no período. No dia 12, o BRT, que trafega em vias expressas, transportou 855 mil pessoas, 155 mil a mais que a média dos Jogos, de 700 mil passageiros por dia.
O recorde do metrô aconteceu no dia 17 de agosto, com 1,12 milhão de passageiros. O VLT, que liga o Aeroporto Santos Dumont à rodoviária do Rio transportou 721 mil passageiros durante todo o período da Olimpíada, ou 42,4 mil pessoas por dia. No primeiro mês de funcionamento, quando circulou em horário reduzido, o VLT transportou em média 7 mil passageiros por dia.