Como vive o bilionário Kevin Systrom, fundador do Instagram
A fotografia congela um momento específico e para o tempo. Por meio dela, é possível reviver o passado, congelado e eternizado em uma imagem.
Por outro lado, o fundador do aplicativo de fotografia mais usado hoje tem uma personalidade completamente diferente. Ao invés de admirar um momento que já passou, está sempre em busca do próximo passo, na velocidade da luz.
Inquieto e acelerado, Kevin Systrom, de 32 anos, é um dos bilionários mais jovens do mundo. Ele deve sua fortuna à venda do Instagram para o Facebook por US$ 1 bilhão – como ele tinha 40% de participação no aplicativo, ganhou nada menos que US$ 400 milhões (Ou R$ 1,3 bilhões).
A velocidade do negócio também impressiona: a rede social de compartilhamento de imagens foi vendida apenas dezoito meses depois do lançamento, sem qualquer faturamento ou plano de longo prazo e com apenas 13 funcionários.
A rapidez reflete a vida de seu fundador. Durante sua vida, Systrom nunca se manteve estático em uma mesma posição, saltou entre diferentes hobbies e se apressou para aprender o máximo que podia.
Cresceu nos subúrbios de Boston, onde jogava e desenvolvia seus próprios jogos e fez um curso de Photoshop. Durante seus anos de escola, foi DJ e presidente do clube de fotografia e do time de lacrosse.
Durante sua graduação em Stanford, participou do Mayfield Fellows Program, curso de nove meses para empreendedores.
Em uma viagem a Florença, substituiu sua câmera tradicional por uma Holga, equipamento vintage que tira fotos quadradas, uma das inspirações para o formato das fotos do Instagram.
Nesse meio tempo, ele começou a experimentar suas habilidades no desenvolvimento de aplicativos e começou a criar um programa para compartilhamento de imagens.
Foi quando o Facebook, que ainda era relativamente pequeno, fez sua primeira tentativa para atrair o empreendedor, mas Systrom recusou a oferta.
“Trabalhar em uma startup para ganhar muito dinheiro nunca foi algo importante para mim e por isso decidi terminar a graduação”, afirmou, ao contrário de muitos empreendedores que largaram a faculdade.
Outra diferença de Systrom em relação aos outros empreendedores bilionários é o seu estilo. Ao invés da eterna calça jeans de Elon Musk, Steve Jobs e Mark Zuckerberg, ele se veste de terno e gravata.
Depois de se formar em uma das mais prestigiadas universidades, seu primeiro emprego foi no Google. Aprendeu a programar e noções de engenharia na startup Nextstop.com, com colegas de trabalho.
Sua próxima empreitada foi a criação de um app cujo único objetivo era testar o que as pessoas mais queriam. O aplicativo, chamado de Burbn, era uma referência a Bourbon, uma das bebidas preferidas de Systrom.
O programa tinha muita informação: havia opções para fazer check-in, compartilhar fotos e vídeos, fazer planos com os amigos e jogar. “Fizemos demais de propósito. Estávamos tentando entender o que deixava as pessoas empolgadas”, afirmou ele.
O primeiro investimento chegou rapidamente. Quando apresentou o projeto aos investidores Baseline Ventures e Andressen Horowitz, eles investiram US$ 500.000. Foi nessa época que o seu colega de faculdade, o brasileiro Mike Krieger, entrou na equipe.
Logo, descobriram que o principal atrativo do app era sua função de compartilhamento de fotos. Assim, souberam exatamente no que investir, sem perder tempo, e criaram o Instagram.
O aplicativo levou apenas oito semanas para ser desenvolvido. Os usuários também chegaram correndo: em apenas 24 horas, 25.000 downloads já haviam sido feitos. A marca de um milhão de usuários chegou em menos de três meses.
A ideia dos filtros veio da sua então namorada, Nicole Schuetz, que queria tirar fotos mais bonitas. Em uma viagem à praia, Systrom começou a desenvolver o primeiro filtro, o X-Pro II, que existe até hoje.
A primeira foto, dos pés dela e de um cachorro de rua, é bem menos glamorosa que o perfil atual do bilionário.
Hoje, o seu feed pessoal de fotos é muito mais glamoroso. Ele ostenta gravatas borboleta, viagens luxuosas, jantares em restaurantes chiques e drinks em localizações paradisíacas.
Não poderiam faltar as selfies com celebridades, de David Luiz ao Papa Francisco, além de Karl Lagerfeld e Selena Gomez, que tem o maior número de seguidores na rede social.
Seu perfil reflete também o que faz mais sucesso em sua rede social, recheada de fotos bonitas de momentos memoráveis. Fica difícil distinguir o criador de seu retrato.
Por Karin Salomão