Na abertura do Maio Amarelo, agentes da SETTOP debatem aspectos legais e psicológicos ligadas à função

 Na abertura do Maio Amarelo, agentes da SETTOP debatem aspectos legais e psicológicos ligadas à função

A forma como são determinadas as responsabilidades civis no trânsito, em caso de acidentes, e os impactos na saúde mental dos profissionais que trabalham em contato direto com o público, a exemplo dos agentes de trânsito e guardas municipais, foram alguns dos aspectos abordados em duas palestras realizadas na manhã desta quinta-feira (5) em Lauro de Freitas. A ação marcou a abertura da programação do Maio Amarelo no município.

Realizadas na Faculdade Uninassau, as palestras, ministradas por professores das áreas do direito e da psicologia, contaram com a participação de agentes de trânsito e funcionários de outros setores da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Ordem Pública (SETTOP), além de integrantes da Guarda Municipal. A busca pelo bem estar e a gestão do estresse, da infelicidade e da ansiedade foram algumas das questões abordadas pelo professor e psicólogo, Gessé de Souza Silva.

“O bem estar psicossocial é um tema urgente, sobre o qual precisamos refletir, principalmente com profissionais que lidam diretamente com pessoas e com riscos, que podem causar danos graves à saúde mental e que vão impactar em tudo, nas relações familiares, de trabalho, etc. Muitos acidentes que acontecem no trânsito, por exemplo, estão diretamente ligados a questões emocionais, que acabam resultando em momentos de impulsividade ou desatenção”, destacou o professor.

De acordo com o psicólogo, o grande desafio da sociedade contemporânea é fazer com que as pessoas aprendam a se perceber, ficando atentas aos sinais de que não estão bem, apresentando sintomas como tristeza prolongada, irritabilidade, entre outros, até porque os transtornos não surgem abruptamente, eles vão dando sinais. O profissional também destacou valores para o autocuidado e a importância de se buscar ajuda profissional.

Tawã Caixeta, responsável pelo desenvolvimento de sistemas na SETTOP, saiu da palestra com outra visão sobre sua função. “Saio daqui com outro olhar para o munícipe. Mesmo eu não indo a campo, pois desempenho uma função muito técnica, eu percebo que tenho que desenvolver fluxos que consigam enxergar o lado humano das operações, prevendo exceções, porque as pessoas interagem de maneira individualizada, então é necessário desenhar fluxos que consigam trazer essas pessoas para perto e não excluir elas”.

As questões legais relacionados ao desempenho da função dos agentes foram levantadas pela professora Lorena Boente, como as responsabilidades civis no trânsito, tanto de condutores como de pedestres, questões relacionadas a culpabilidade dos envolvidos em acidentes, entre outros fundamentos jurídicos, assuntos que chamaram a atenção do agente de trânsito Jamilton Coelho, que também foi despertado para a importância da humanização das relações.

“Sou agente há 13 anos e tudo que eles falaram aqui faz parte do nosso cotidiano, mas o que mais me chamou atenção foi o debate dos aspectos legais e emocionais de nossa função. Trabalhamos com seres humanos na via e a pandemia afetou muito todos nós. Hoje, quando a gente aborda as pessoas, muitas estão desempregadas e usando aquele veículo para sustentar sua família. Na hora das abordagens temos que pensar nisso, que estamos lidando com seres humanos, que também tem problemas como a gente”, declarou.

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