Discussões sobre racismo estrutural e institucional abrem programação do Novembro Negro de Lauro de Freitas

 Discussões sobre racismo estrutural e institucional abrem programação do Novembro Negro de Lauro de Freitas

Reflexões sobre racismo estrutural, institucional, cotas, legislação e crimes marcaram a plenária de abertura do Novembro Negro de Lauro de Freitas, no Centro de Cultura Afro-Brasileira Mãe Mirinha de Portão, nesta sexta-feira (11). Com presença de lideranças de religiões de matriz africana, o evento promovido pela Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (SEPADHIR) contou com a presença de autoridades municipais. 

A palestrante convidada, a coordenadora Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação, Drª Ana Cristina Carvalho, fez uma explanação de como o racismo se estruturou antes mesmo da escravização de povos negros e como se institucionalizou após a abolição até os dias atuais. Ela também discorreu sobre processos históricos de criminalização da cultura negra, avanços na conquista de direitos e como a promoção da igualdade racial pode melhorar. 

“Tudo passa por educação e oportunidade. A gente não pode falar de igualdade, sem garantir que a equidade aconteça. Precisamos criar meios, acessos, para que pessoas negras cheguem aos espaços, ocupem e permaneçam, para além dos lugares tradicionais. Somos a maioria da população e os índices sociais precisam ser condizentes com o que a gente vive”, refletiu Ana Cristina.

Para a secretária da Sepadhir, Deize Marize, a campanha do Novembro Negro é um momento de ampliar as discussões de políticas públicas que garantam a efetivação da igualdade racial. “Reafirmamos nestes espaços o nosso compromisso com as futuras gerações. Temos o dever de escrever novas histórias, seja no campo da educação, da cultura, da segurança e de tudo o que envolve os direitos humanos”, apontou. 

Entre uma das pessoas que participaram da mesa de abertura, Mãe Lúcia, a Mameto Kamurici do Terreiro São Jorge Filho da Goméia, destacou que o Novembro Negro reporta o que a população negra já vivenciou e o que vive atualmente. “Aqui no município a maioria da população é negra, temos mais de 400 terreiros e uma das primeiras secretarias de promoção da igualdade racial no Estado. Este mês simboliza uma data, originada do 20 de novembro, da luta de Zumbi dos Palmares, que nos alerta o quanto precisamos nos unir como povo, de um ajudar o outro”, frisou. 

Programação 

A programação do Novembro Negro em Lauro de Freitas segue com a realização da 16º Caminhada “A Cor Da Cidade”, no dia 19/11, com concentração na Praça Oscar Moreira, no bairro de Itinga, às 15h, e percurso até o Largo do Caranguejo. No dia 21/11, às 17h, a tradicional Amarração dos Ojás terá concentração no Centro de Cultura Afro-Brasileira Mãe Mirinha de Portão.

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