“Não há fato que justifique”, diz Padilha sobre CPI do MST
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu que não enxerga motivos para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o MST. Para o ministro, a constituição brasileira estabelece claramente que uma CPI só pode existir se houver um fato determinado, o que não teria acontecido. “Até este momento não foi identificado qual é o fato que justifica a criação dessa CPI. O próprio congresso nacional, os líderes, os partidos vão ter que justificar isso. Na minha opinião não existe”, disse neste sábado (29).
A CPI do MST, tem sido ventilada por deputados de oposição ao governo na Câmara dos Deputados. O colegiado quer investigar a atuação do movimento social em invasões de propriedades privadas. A criação da CPI foi proposta pelo deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). Para ele, houve aumento das ocupações desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, a CPI é uma iniciativa do agronegócio para desfocar o debate e esconder os crimes que o próprio setor comete. “Os crimes de trabalho escravo, de agrotóxico que ninguém fala, de desmatamento. A CPI é para desviar o assunto, porque o que deveria ter uma CPI no Brasil é para saber quem desmatou, quem invade terra indígena, área quilombola. Eles também querem enquadrar o governo. Muito mais do ponto de vista da luta política contra o governo do que contra nós”.