É do Brasil! ‘Ainda Estou Aqui’ vence Oscar de Melhor Filme Internacional

 É do Brasil! ‘Ainda Estou Aqui’ vence Oscar de Melhor Filme Internacional

O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, faturou a estatueta de Melhor Filme Internacional no Oscar, neste domingo (2), em um resultado histórico para o Brasil. É o primeiro longa brasileiro a alcançar o feito. 

O filme disputava com produções da França, Alemanha, Letônia e Dinamarca. “Emilia Perez” era apontado como o principal rival, mas acabou perdendo fôlego em meio a polêmicas envolvendo a atriz protagonista, Karla Sofia Gascón. Também concorriam o alemão “A semente do fruto sagrado”, a animação letã “Flow” e o dinamarquês “Garota da Agulha”.

O prêmio vem depois de uma trajetória de sucesso que incluiu 38 prêmios no Brasil e no exterior desde a estreia no Festival de Veneza, em 2024, além de sucesso de público e crítica. Dentre as premiações mais relevantes estão o Goya, principal do cinema espanhol, melhor roteiro em Veneza e o Globo de Ouro de melhor atriz para a protagonista Fernanda Torres.

O sucesso também se mede nos números. No Brasil, mais de 5 milhões de espectadores foram aos cinemas conferir o filme, que j[a estreou em 17 países e tem estreia marcada para vários outros grandes mercados, como Alemanha. Apesar de não haver um dado oficial internacional, a plataforma privada Box Office Mojo, referência no tema, estima que  “Ainda Estou Aqui” já acumulou US$ 27.452.197 em ingressos vendidos, ou seja, R$ 160.545.938,4954. 

A indicação de “Ainda Estou Aqui” aconteceu após 26 anos desde a última vez que o Brasil apareceu na categoria de Filme Internacional. Por coincidência, o filme anterior, “Central do Brasil”, também era de Walter Salles e contava com Fernanda Montenegro como protagonista. Na época, o vencedor foi o italiano “A Vida É Bela”, do diretor Roberto Benigni.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” conta a história de Eunice Paiva, mãe do autor, interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. O filme narra a trajetória de Eunice, que enfrenta a repressão do regime militar após a prisão e o desaparecimento de seu marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), na década de 1970. A trama também aborda o avanço de sua doença, Alzheimer.

No elenco, estão também Marjorie Estiano, Valentina Herszage, Humberto Carrão, Dan Stulbach, Camila Márdila, Maeve Jinkings, Daniel Dantas, entre outros. 

Primeiro oficial

O mais perto desse Oscar que o Brasil havia chegado foi em 1960, quando “Orfeu Negro” venceu a categoria então chamada de Melhor Filme Estrangeiro. Coprodução com a França, o longa foi filmado no Brasil, era estrelado por brasileiros e falado em português, além de ter um enredo claramente nacional, contando a história de Orfeu e Eurídice no cenário do Carnaval do Rio. Apesar disso, o Oscar foi para a França, também pela nacionalidade do diretor Marcel Camus. 

As regras atuais da Academia determinam atualmente que para que um filme represente seu país de origem  é necessário que grande parte da obra seja falada no idioma nativo, apresente elementos culturais remanentes daquela nação e conte com uma parte significativa da produção proveniente desse país.

Com isso, a vitória de “Ainda Estou Aqui” marca a primeira vez que o Brasil tem um filme escolhido na categoria oficialmente. 

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