“ACM Neto se sente chefe. Prefeito que deu maior votação a ele foi mandado falar com assessor”, afirma Lucas Reis

O pré-candidato a deputado federal e chefe de gabinete de Jaques Wagner, Lucas Reis (PT), trouxe à tona um episódio revelador sobre as relações políticas na Bahia. Em declaração contundente, Reis expôs o tratamento dado pelo ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) a um prefeito aliado que buscava apoio para organizar a estrutura partidária municipal.
“Um prefeito que deu a maior votação proporcional a ele para governador me contou que, ao ligar para ACM Neto em 2024 pedindo ajuda com o partido, foi simplesmente orientado a falar com um assessor”, revelou Lucas Reis, sem identificar o gestor municipal por não ter autorização. O relato exemplifica o que o petista descreve como postura hierárquica do ex-prefeito: “Quem vive no mundo político sabe que ACM Neto se sente chefe. Como assim, depois de tanto tempo?”
Reis atribui esse comportamento ao histórico familiar do ex-prefeito: “Alguém que nasceu em Palácio, que nunca pisou o pé no chão”. A crítica faz referência à trajetória política de ACM Neto, filho do ex-governador Antonio Carlos Magalhães e neto do ex-senador Antonio Carlos Magalhães.
O episódio ganha relevância no atual cenário político baiano, onde o União Brasil tenta se reorganizar para as eleições de 2026. Enquanto ACM Neto mantém seu papel de principal liderança do partido no estado, relatos como o citado por Lucas Reis sugerem um distanciamento entre o ex-prefeito e antigos aliados – fenômeno que pode explicar a migração de alguns prefeitos para o bloco governista.
“Essas reclamações dos prefeitos agora estão sendo verbalizadas, mas a gente já sabia”, completou o pré-candidato petista, indicando que o caso não seria isolado. A declaração de Reis joga luz sobre as tensões internas na oposição baiana, enquanto o PT fortalece sua narrativa de proximidade com os gestores municipais.