Com saída do PDT, Bruno Reis tenta minimizar rompimento, mas cenário indica prejuízo político

 Com saída do PDT, Bruno Reis tenta minimizar rompimento, mas cenário indica prejuízo político

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Progressista), quebrou o silêncio nesta quarta-feira (30) após a oficialização da saída do PDT de sua base política. Em tom de cautela, o gestor tentou minimizar o impacto da debandada, mas a perda de um aliado histórico pode representar um baque significativo na composição de forças políticas da capital e do estado.

Bruno declarou que, mesmo com o alinhamento do PDT ao governo estadual de Jerônimo Rodrigues (PT), mantém a confiança de que quadros da sigla continuarão ao seu lado. “Tenho certeza que seguirão ao nosso lado, porque têm relação e compromisso com a cidade, com a Bahia”, afirmou, referindo-se a nomes como a vice-prefeita Ana Paula Matos, o deputado federal Léo Prates, o estadual Emerson Penalva e vereadores da capital.

No entanto, a mudança formal do PDT para a base do governador Jerônimo fragiliza o arco de alianças do prefeito, justamente em um momento de movimentação estratégica com vistas às eleições de 2026. A sigla, tradicionalmente ligada ao campo progressista, agora reafirma sua identidade nacional ao lado do presidente Lula, o que deve reverberar diretamente nos palanques regionais.

Bruno admitiu que a saída já era esperada, principalmente pela presença do presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, no ministério de Lula. “A gente sabia que haveria uma orientação diferente para a Bahia”, disse. Ainda assim, o discurso não esconde o incômodo do prefeito, que vê sua base esvaziar enquanto o adversário político amplia alianças.

Durante a entrega de uma obra de contenção em Fazenda Grande II, Bruno tentou reforçar que mudanças partidárias fazem parte do jogo democrático. “É normal que essas relações políticas possam, às vezes, chegar ao fim”, pontuou. Mas, na prática, o fim da aliança com o PDT coloca o prefeito em posição delicada: perde uma sigla com peso simbólico, histórico e estratégico na formação de chapas e na sustentação legislativa.

A depender do desdobramento interno do PDT, que agora caminha oficialmente com Jerônimo Rodrigues, o que Bruno trata como uma “reconfiguração natural” pode ser, na verdade, o início de um esvaziamento com reflexos diretos em 2024 e 2026.

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