Oposição pedirá exoneração de secretário e filho da prefeita após invadir hospital alcoolizado em São Sebastião do Passé

A Oposição em São Sebastião do Passé pedirá na Justiça o afastamento do secretário municipal de Infraestrutura e filho da atual prefeita da cidade, Nilza da Mata (PSD). Carmerindo Santana, conhecido como Cacau da Mata, está na função desde a primeira posse da mãe, em janeiro de 2021.
Conhecido pela postura autoritária, o filho da prefeita, conforme reportagem do BNews, invadiu na noite do último dia 1º de maio, supostamente alcoolizado, o hospital municipal da cidade e tentou agredir um médico plantonista dentro da Sala de Conforto da unidade de saúde, utilizada para descanso dos profissionais. O secretário buscava com rapidez atendimento médico para um parente.
“Ele me tirou do banho à força, exigindo atendimento para um paciente que já estava sendo assistido por outros profissionais”, relatou o médico em boletim de ocorrência registrado na delegacia local e no Conselho Regional de Medicina (CRM).
Além de não apresentar postura e qualificação técnica para exercer a função, o secretário é acusado de governar o município, contrariando decisões da prefeita e até de falsificar assinaturas da mãe em contratos da Seinfra com empresas. Atualmente, São Sebastião do Passé, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS) com cerca de 50 mil habitantes, conta com uma arrecadação que ultrapassa os R$ 250 milhões anuais.
Para o líder da oposição e ex-candidato a prefeito pelo PT, Angelo Santana, a permanência de agentes que não estão dotados de qualificação devidamente comprovada, se mostra em contrariedade ao direito fundamental à boa administração.
“Experiência em empresa familiar não o qualifica para ocupar um cargo estratégico da gestão municipal, porque na seara privada se busca o lucro, mas no setor público, o objetivo é a realização do bem estar da sociedade, muitas vezes contrário ao interesse privado”, defendeu o petista.
Cacau da Mata responderá uma ação por improbidade administrativa, porque a sua permanência no cargo de secretário municipal, além de configurar prática violadora da moralidade e impessoalidade administrativa, não consta a comprovação de qualificação para exercer a função de forma eficiente.