Rui Costa propõe aliança estratégica com Alemanha para transformar sinergias em negócios

Durante sua participação no Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), realizado nesta segunda-feira (16) em Salvador, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendeu o fortalecimento da integração econômica entre os dois países e cobrou mais protagonismo da Alemanha para acelerar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
O evento, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI) e pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), reuniu empresários e autoridades para discutir temas como transição energética, economia circular, descarbonização, agronegócio, infraestrutura e mineração.
“Temos muitas sinergias e possibilidades reais de complementar cadeias produtivas, tanto na indústria quanto na agricultura. O que precisamos é transformar essas boas intenções e relações históricas em negócios concretos. O nível atual de integração está muito aquém do que podemos alcançar juntos”, afirmou Rui Costa.
O ministro ressaltou a importância de um grupo de trabalho dedicado e ágil para identificar oportunidades específicas de parcerias setoriais entre os dois países, e pediu uma postura mais proativa da Alemanha, não apenas no apoio ao acordo do Mercosul, mas assumindo uma liderança clara no processo.
Rui também destacou que o governo Lula tem colocado a transição energética no centro das políticas públicas e de incentivo ao investimento. “O Brasil possui uma vantagem competitiva imensa em energia limpa e precisa transformá-la em parcerias estratégicas. Estamos promovendo leilões de energia, inclusive para sistemas de armazenamento, e esperamos mais participação das empresas alemãs nesse processo”, pontuou.
Ele ainda mencionou a criação de uma política nacional para atração de data centers, que deve ser debatida no Congresso Nacional. “Queremos oferecer segurança jurídica e estrutura técnica para atrair grandes centros de tecnologia e consumo energético. É preciso discutir com urgência os setores mais intensivos em energia”, reforçou.
Ao abordar os programas estruturantes do governo, Rui citou o novo PAC e o papel das parcerias público-privadas (PPPs). “O presidente Lula determinou a aceleração das concessões. Estamos realizando o maior volume da história do país em concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. E há espaço para a participação alemã em todos esses setores.”
Por fim, o ministro ressaltou o papel do Brasil na produção de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e as janelas de oportunidade abertas com projetos de infraestrutura prontos para receber investimentos internacionais.
O EEBA continua com painéis técnicos e visitas ao Cimatec Park, em Camaçari, além de encontros de negócios que visam aproximar ainda mais as cadeias produtivas brasileiras e alemãs.