Conflito no Irã pode aumentar preço de alimentos e combustíveis no Brasil; entenda os impactos

 Conflito no Irã pode aumentar preço de alimentos e combustíveis no Brasil; entenda os impactos

O agravamento do conflito entre Estados Unidos e Irã está provocando efeitos em cadeia no mercado internacional e acendendo um alerta na economia brasileira. A tensão na região do Golfo Pérsico já causou alta no preço do petróleo, que pode atingir diretamente os valores de combustíveis, alimentos e insumos agrícolas no Brasil.

⛽ Alta do petróleo e risco no Estreito de Ormuz

O barril do petróleo tipo Brent, referência global, já oscila entre US$ 75 e US$ 78, reflexo do temor de interrupções no tráfego marítimo pelo Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial. Especialistas alertam que, se o canal for fechado, o barril pode ultrapassar US$ 100, com impactos severos em todo o planeta.

🚛 Combustíveis no Brasil sob pressão

Mesmo sem repasse imediato da Petrobras, o mercado interno sente os efeitos:

O diesel apresenta defasagem de até R$ 0,58 em relação ao mercado internacional. O Brasil importa cerca de 30% do diesel que consome, o que amplia a vulnerabilidade ao cenário externo. A gasolina, apesar de menos impactada (com cerca de 10% de importação), também pode ter reajustes se o conflito se prolongar. A Petrobras, até agora, tem segurado os aumentos, aguardando estabilidade nos preços internacionais.

🛒 Efeito dominó: inflação e alimentos mais caros

O diesel é insumo essencial para o transporte de cargas no Brasil. Qualquer aumento impacta diretamente o custo de distribuição de alimentos. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que a defasagem atual pode acrescentar 0,2 ponto percentual ao IPCA, índice oficial da inflação.

Além disso, o Irã é um dos grandes fornecedores globais de fertilizantes à base de nitrogênio. A insegurança no Oriente Médio já pressiona os preços internacionais desses insumos, o que encarece a produção agrícola brasileira — especialmente de grãos como soja e milho.

🌾 Agronegócio em alerta

A alta no petróleo encarece fertilizantes e transporte, enquanto o dólar mais valorizado, em função da fuga de capitais para mercados mais seguros, pode ampliar ainda mais os custos de produção agrícola no Brasil.

🔮 O que vem pela frente?

Se o conflito se intensificar e o Brent se mantiver acima de US$ 80, a Petrobras pode ser forçada a reajustar os preços dos combustíveis. Isso ampliaria o impacto inflacionário e pressionaria ainda mais o setor agropecuário.

Além disso:

Alimentos devem registrar aumentos graduais, especialmente os transportados por longas distâncias. O etanol pode ganhar competitividade frente à gasolina. O agronegócio deve enfrentar meses desafiadores, com margens apertadas e custos em alta.

📌 Resumo dos impactos no Brasil:

Setor

Impacto provável

Petróleo

Alta entre US$ 75–100/barril

Diesel

Reajuste de até R$ 0,48/litro

Alimentos

Aumento no transporte e insumos

Inflação (IPCA)

Alta de até 0,2 ponto percentual

Agronegócio

Fertilizantes e frete mais caros

Moeda

Dólar valorizado eleva custo de importações

O cenário internacional exige atenção do consumidor e dos setores produtivos brasileiros. A escalada no Oriente Médio pode sair cara no posto e no supermercado.

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