Jaques Wagner relata bastidores de acordo sobre IOF e critica ruptura: “Combinado sai barato”

 Jaques Wagner relata bastidores de acordo sobre IOF e critica ruptura: “Combinado sai barato”

O senador Jaques Wagner (PT-BA) fez um relato detalhado sobre as articulações que antecederam a edição do novo decreto presidencial envolvendo a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), criticando o rompimento de um acordo construído entre Executivo e Legislativo. Em pronunciamento no Senado, Wagner lamentou a reversão do entendimento e defendeu o governo, destacando que a medida foi fruto de uma ampla negociação entre líderes dos Poderes.

Segundo o líder do governo no Senado, uma reunião decisiva foi realizada três domingos atrás, na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira, com a participação de nomes centrais da articulação política, como os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, além dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Também estavam presentes líderes do governo nas duas Casas — Wagner no Senado, José Guimarães na Câmara e Randolfe Rodrigues no Congresso — além de outros parlamentares da base aliada.

“Foram seis horas de reunião, entramos às 18h e saímos à meia-noite. Todo mundo saiu exultante porque foi uma conversa de alto nível, sem briga, sem picuinhas. Pensamos no Brasil”, afirmou Wagner. Ele explicou que, diante das críticas ao decreto original sobre o IOF, foi construído um novo texto a partir das sugestões debatidas nesse encontro. “O presidente Lula ouviu, acolheu as ponderações e autorizou o ministro Haddad a refazer o decreto. E assim foi feito.”

O senador classificou como “perplexa” a reação contrária que surgiu dias depois, inclusive com a aprovação de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) no Senado para suspender o novo decreto. “Eu aprendi que esta Casa vive de acordo. Combinado sai barato. Fizemos um pacto com clareza, e de repente tudo virou de cabeça para baixo. Íamos inclusive apresentar a proposta aos líderes da oposição, como é normal no Parlamento, mas a reunião nem chegou a acontecer.”

Para Wagner, a quebra do acordo fere a credibilidade do diálogo político. “Você conversa primeiro com a base, ajusta, melhora. Depois, com a oposição. Isso é o jogo democrático. Mas o acordo foi atropelado”, concluiu, reiterando que o novo decreto teve respaldo da maioria das lideranças e refletia um esforço conjunto para equilibrar justiça tributária e responsabilidade fiscal.

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