Aliados de Hugo Motta atribuem crise com o Planalto à centralização de decisões no PT e cobram protagonismo do Congresso

 Aliados de Hugo Motta atribuem crise com o Planalto à centralização de decisões no PT e cobram protagonismo do Congresso

Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), avaliam que o atual desgaste entre o Congresso e o Palácio do Planalto é resultado da postura do presidente Lula em privilegiar apenas propostas do PT, deixando de considerar sugestões de partidos de centro que integram a base governista, como Republicanos, União Brasil, PP, PSD e MDB. A insatisfação se agravou após a derrubada do decreto que aumentava o IOF, articulada por Motta e aprovada sem aviso prévio ao governo, em uma sessão marcada de última hora. Para esses parlamentares, faltam articulação política e espaço real para os partidos aliados na Esplanada dos Ministérios, e já é tarde para uma reforma ministerial.

A tensão aumentou com a decisão do governo de recorrer ao STF para reverter a derrota no Congresso, o que foi visto por líderes da Câmara como uma afronta. Deputados como Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Pedro Lupion (PP-PR) apontaram que o governo ignora pautas defendidas por outros partidos, como a redução do tamanho do Estado e a revisão de isenções fiscais. Além disso, parlamentares criticam o discurso do governo de colocar ricos contra pobres e afirmam que projetos do Legislativo têm mais chances de aprovação que os do Executivo. Motta, segundo aliados, está construindo sua marca política e quer que a Câmara lidere pautas como a reforma administrativa e a regulação da inteligência artificial.

Apesar do clima de embate, interlocutores do governo acreditam que não haverá rompimento definitivo com Motta, embora reconheçam que ele quebrou acordos ao avançar com a pauta do IOF sem diálogo. Enquanto setores do PT atacam o presidente da Câmara nas redes, associando-o a figuras como Eduardo Cunha e Ciro Nogueira, lideranças mais pragmáticas defendem que Lula retome o diálogo com Motta quando a tensão diminuir. Paralelamente, o presidente da Câmara tem reforçado sua agenda com empresários e liderado grupos de trabalho para destravar reformas estruturantes, como a administrativa, mirando uma marca própria em sua gestão no Legislativo.

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