Deputado baiano assina pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes protocolado por parlamentar de Minas Gerais

 Deputado baiano assina pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes protocolado por parlamentar de Minas Gerais

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL-BA) assinou o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), protocolado pelo também deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG). O documento, que reúne vinte páginas, acusa o magistrado de sucessivas violações à Constituição, abuso de autoridade, censura e uso político da magistratura para perseguir opositores ideológicos — especialmente ligados à direita conservadora.

Segundo o texto, Moraes teria conduzido de forma reiterada inquéritos considerados “inquisitoriais”, instaurados de ofício e sem provocação do Ministério Público, contrariando o princípio acusatório previsto na Constituição. As investigações, como os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, teriam, ainda segundo os parlamentares, se transformado em instrumentos de repressão ideológica e intimidação política.

“A atuação de Alexandre de Moraes extrapola os limites constitucionais da magistratura, rompe com o princípio da imparcialidade e fere a isonomia entre cidadãos de diferentes espectros ideológicos”, afirmou Leandro de Jesus. O deputado baiano acrescentou que a decisão de apoiar o pedido é uma defesa do “Estado de Direito e das liberdades fundamentais asseguradas pela Constituição de 1988”.

O pedido lista uma série de supostos abusos, entre eles: censura prévia a veículos de comunicação e redes sociais, bloqueios extrajudiciais de contas bancárias, medidas cautelares extremas sem requisitos legais e atuação em processos sem delimitação clara de partes e prazos. O texto também aponta que o ministro teria interferido indevidamente em relações internacionais ao ordenar sanções contra cidadãos e empresas estrangeiras — o que, segundo os autores, causou tensões diplomáticas e danos econômicos à imagem do Brasil.

O estopim mais recente, segundo os signatários, teria sido a imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em decisão classificada no pedido como “arbitrária e desproporcional”, sem elementos concretos que justificassem a medida.

Na peça encaminhada ao Senado Federal, Caporezzo e os co-signatários, entre eles Leandro de Jesus, solicitam que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), receba o pedido e instaure a Comissão Especial de Impeachment para apuração das condutas. O objetivo é que o ministro seja afastado de suas funções durante o processo e, ao final, declarado culpado por crime de responsabilidade, sendo inabilitado para cargos públicos por até cinco anos.

O pedido sustenta-se na Lei nº 1.079/1950, que trata dos crimes de responsabilidade, e argumenta que as condutas de Moraes violam diretamente os artigos 5º, 37 e 84 da Constituição Federal. Também menciona cláusulas da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, como a liberdade de expressão e o direito a julgamento por juiz imparcial.

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