Eletrobras não deve participar do próximo leilão de transmissão

A Eletrobras não deve participar do próximo leilão de transmissão, que está marcado para a próxima sexta-feira (28). “Estamos avaliando, mas a situação financeira da companhia não permite fazer movimentos grandes neste momento”, disse o presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, a jornalistas, durante evento em São Paulo.

Apesar de não ter intenção de participar do leilão, a Eletrobras foi atrás da liberação para que sua subsidiária Eletronorte pudesse disputar o certame. A estatal estava impedida de fazer lances por novos lotes porque registrava atrasos em suas obras de transmissão. Ferreira Junior explicou que considerava importante “ter reconhecimento” de que a empresa superou as dificuldades. “Mas efetivamente participar depende da capacidade financeira”, reforçou.

“Antes de pensar em leilões novos, vamos tentar resolver os problemas que temos em casa”, disse o executivo, comentando que a companhia está debruçada em seus ativos de transmissão, buscando resolver problemas como atraso em obras e financiamento.

De acordo com ele, a Eletrobras tinha no início do ano um total de 109 obras com atraso, das quais 9 foram concluídas e outras 22 devem ser finalizadas ainda em 2016. “Ainda tenho 78 para endereçar”, comentou, explicando que para estes projetos o equacionamento passa por uma solução financeira, que deve prever uma modelagem alternativa, com tomada de recursos de fora do BNDES. “Já temos o limite de BNDES totalmente ocupado”, justificou. “Esperamos que isso esteja andando e possamos recuperar o tempo perdido.”

Ferreira lembrou que o “ataque” aos problemas do segmento de transmissão ocorre depois de ter resolvido questões pendentes na geração e distribuição. “Fizemos grande trabalho em dois meses de recuperar adimplência junto a grandes projetos de geração, isso está praticamente alinhado”, disse. Também no caso das distribuidoras, a estatal buscou resolver o problema de inadimplência. As empresas registravam problemas de custos setoriais junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). “Resolvemos esse problema integralmente”, disse.

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