Secretário de Segurança cobra ação da Justiça e aponta impunidade como inimiga do combate ao crime

O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, participou nesta quarta-feira (20) de uma sessão na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), onde detalhou as ações da pasta no enfrentamento à violência e ao crime organizado. Durante a fala, o gestor fez duras críticas à impunidade e à lentidão da Justiça, apontando esses fatores como principais obstáculos para reduzir os índices de criminalidade no estado.
Segundo Werner, a maioria dos homicídios registrados na Bahia está diretamente ligada ao tráfico de drogas e, em grande parte, cometida por criminosos reincidentes. “Integração, inteligência, investimentos e inclusão não podem ser destruídos pelo ‘I’ da impunidade. Em muitos casos, os mesmos indivíduos voltam a praticar crimes violentos. Estamos falando de um pequeno grupo responsável por 90% das ações mais graves”, afirmou.
O secretário também destacou que a morosidade judicial compromete os esforços policiais. Ele citou processos que levam até uma década para chegar a uma condenação, mesmo em crimes brutais. “Não adianta prender milhares de pessoas se o sistema de Justiça não der uma resposta proporcional. Precisamos de julgamentos mais céleres e eficazes”, reforçou.
Werner alertou ainda que a demora no julgamento fortalece facções, que ampliam seu controle territorial e intimidam testemunhas. “Não é possível que um crime bárbaro, como o ocorrido recentemente em Ilhéus, leve de cinco a dez anos para resultar em condenação. Isso gera revolta e coloca em xeque a soberania do Estado”, disse.
Em sua fala, o secretário reiterou o compromisso das forças de segurança em proteger a população, mesmo diante de riscos. “Nós não vamos esconder dados. Temos o dever de enfrentar a realidade com responsabilidade. Vestir essa farda significa honrar e servir, ainda que com o sacrifício da própria vida”, declarou.
Por fim, Werner ressaltou a importância da valorização dos policiais e da aproximação com as comunidades. “Assumimos a missão de proteger e estar próximos da população. Esse é o compromisso que reafirmo como servidor público, ao lado de um governo que nos apoia”, concluiu.