PF indicia Bolsonaro, Eduardo e Silas Malafaia por coação da Justiça

Em uma operação marcada por busca e apreensão, a Polícia Federal (PF) formalizou nesta quarta-feira o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O documento que embasa o indiciamento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O pastor Silas Malafaia não foi formalmente indiciado, mas teve seu celular apreendido durante uma ação no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. A PF o investiga por suposta atuação como “orientador e auxiliar das ações de coação” articuladas por Bolsonaro e Eduardo.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, Bolsonaro e o filho teriam contado com “ajuda material de terceiros”, entre eles Silas Malafaia, para operacionalizar estratégias de coação e disseminação de narrativas falsas contra membros do Judiciário. A atuação teria sido coordenada e organizada, caracterizando-se como parte de um esquema estruturado.
Após o envio do relatório ao STF, o ministro Alexandre de Moraes deu 48 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifeste sobre possíveis descumprimentos de medidas cautelares e riscos de fuga mencionados no documento. Em seguida, o caso será submetido à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre eventual oferecimento de denúncia. Caberá então ao Supremo avaliar se receberá ou não a acusação.
Esse indiciamento ocorre no contexto do inquérito que apura uma possível articulação de Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, para pressionar autoridades brasileiras, e também como desdobramento das investigações sobre os atos antidemocráticos. Jair Bolsonaro já é réu em ação penal no STF relacionada à tentativa de golpe, cujo julgamento está previsto para 2 de setembro.