Chikungunya em crianças e adolescentes: sintomas persistentes e sequelas

Um estudo da Fiocruz realizado entre 2021 e 2025 no município de Simões Filho (região metropolitana de Salvador) acompanhou 348 pessoas de 2 a 17 anos a fim de avaliar os efeitos do vírus da chikungunya nessa faixa etária. A pesquisa revelou que, em muitos casos, a infecção manifestou sintomas e deixou sequelas, mesmo em indivíduos mais jovens.
Os participantes foram avaliados por meio de coletas sanguíneas periódicas (RT-PCR, sorologia e ensaios de neutralização) e consultas médicas regulares para monitorar eventuais sinais clínicos. Durante o acompanhamento, verificou-se que cerca de 17% dos que concluíram o estudo tiveram teste positivo para chikungunya — parte confirmada por PCR, parte por sorologia. Entre esses casos, 9,4% evoluíram para artralgia crônica, ou seja, dores nas articulações que persistiram por meses e interferiram nas atividades cotidianas.
Apesar de muitos desenvolverem anticorpos após a infecção (taxa de soroconversão de 84% entre os positivos), houve indivíduos que não apresentaram resposta imunológica detectável. Os resultados demonstram que, embora os casos em adultos sejam mais conhecidos, a chikungunya também pode causar impacto duradouro em crianças e adolescentes, com potencial de comprometer qualidade de vida.