Seminário encerra Setembro Surdo em Lauro de Freitas com cultura e inclusão

Um seminário marcou a celebração da diversidade e os avanços rumo a uma educação mais inclusiva no município. Foi dessa forma que a Prefeitura de Lauro de Freitas, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), encerrou as ações do Setembro Surdo, com a realização do Seminário de Educação de Surdos na Perspectiva Bilíngue – Avanços e Desafios. O evento, realizado nesta terça-feira (30/9), no Cineteatro, no centro da cidade, concluiu o mês dedicado à valorização da cultura, da identidade e da inclusão da comunidade surda.
A abertura foi um verdadeiro espetáculo, com a apresentação de Elinilson Soares, primeiro surdo formado em dança no Brasil, mestre em Educação, poeta e uma grande inspiração. Sua performance, sem pronunciar uma única palavra, evidenciou toda a expressividade da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O seminário é a culminância de um mês repleto de ações, como cursos básicos de Libras e oficinas criativas, reforçando o compromisso da cidade com a inclusão. Aline Rosário, diretora de Inclusão da SEMED, destacou a importância da Lei 14.191/2021, que institui a educação bilíngue como modalidade de ensino, garantindo a Libras como primeira língua e o Português escrito como segunda. “Hoje é um dia de celebração do potencial desses estudantes da nossa rede de ensino. Este é um trabalho que visa garantir o direito de alunos surdos, surdocegos e com outras deficiências auditivas à educação de qualidade”.
Professora de Educação Inclusiva há 19 anos, Josete Costa frisou a importância da inclusão. “Nosso objetivo é garantir que, mesmo dentro de uma escola regular, todos os alunos surdos tenham acesso a uma educação bilíngue de qualidade. Este evento fortalece a luta por melhorias”.
Um dos momentos mais inspiradores do encontro veio da professora surda Fernanda Taís Teixeira, que foi uma das apresentadoras do evento e mostrou na prática a importância da representatividade. “Ter uma professora surda lecionando abre perspectivas de desenvolvimento para os alunos. E mostra que é possível ocupar espaços”, disse Fernanda, que ensina matérias regulares como matemática e ciências, totalmente em Libras.
O estudante do Educandário Mariza Pitanga, escola regular com formação inclusiva, em Vilas do Atlântico, Bruno Andrade, de 13 anos, sente diariamente na pele o impacto dessas iniciativas. “Estou achando o evento muito bom. Conheci outros alunos e professores surdos e me sinto animado em estudar em uma escola que me ajuda a crescer e me integrar”, compartilhou Bruno que é um dos 24 alunos surdos da rede.
Em Lauro de Freitas, o Setembro Surdo acabou, mas o compromisso com uma educação que acolhe a todos segue forte.