Humor e autenticidade marcam encontro de Glória Maciel e Daniel Ferreira na Geração Flica

“O meu humor é massa: um diálogo sobre criar do nosso jeitinho” trouxe à 10ª mesa da Geração Flica uma conversa leve e cheia de identidade. Por Cecília Souto na tarde deste sábado (25), a Geração Flica recebeu o ator e comediante, Daniel Ferreira, e a influenciadora, atriz e roteirista, Glória Maciel (Goka), para um bate-papo sobre os jeitinhos de criar e como o humor pode ser uma poderosa ferramenta de comunicação. A conversa foi conduzida pela escritora, digital influencer e criadora do projeto #10páginaspordia, Yara Carvalho. O humor é um dos atributos mais importantes da comunicação, mas quando a gente fala em criar do próprio jeito essa conversa atravessa fronteiras. Os convidados da mesa relatam que fazem por amor e não dimensionam o alcance deles, eles ao transformarem elementos do cotidiano como música, política e até mesmo dramas amorosos em conteúdo, trazem vivências e atingem pessoas, e se transformam um instrumento do cotidiano em algo que faz o público rir e refletir. Ao relembrar seu início de carreira, Daniel conta que encontrou no teatro uma forma de lidar com seu talento, e se tornou o primeiro artista da família. O humorista ainda comenta que em seu processo de criação, ele preza por produzir conteúdos próximos aos que ele gosta de consumir, e destaca o humorista Matheus Buente como uma de suas principais inspirações. Apesar de produzirem conteúdos distintos, os dois artistas compartilham uma mesma raiz: o teatro. Goka destaca que, para ela, o palco foi uma salvação, pois ela se considera “extrovertímida”, e completa como essa interação instiga o criador a pesquisar, buscar referências e se transformar em uma pessoa melhor. Ao ser perguntada se acreditava que o baiano tem um jeito único de fazer humor, Glória destacou que não apenas o baiano, mas todo o povo nordestino possui esse molho especial, capaz de revelar grandes humoristas. Ela ainda completou, com bom humor, que não encontra a mesma graça em comediantes de outras regiões. A atriz se define como uma romântica nata, totalmente inspirada por comédias românticas, pois assiste novelas e filmes românticos desde pequena. Para produzir os vídeos sobre música, Goka diz tentar racionalizar as músicas e aprender com as letras. Ela afirma que as letras de Djavan facilmente poderiam ser cantadas pelo Kanalha, cantor de pagodão baiano. Daniel Ferreira comenta que muitas pessoas acreditam que humorista é bobão, o tipo de pessoa que não leva nada a sério, e acabam em confiar fielmente no personagem. No entanto, ele destaca que o humor é uma das partes mais difíceis, “Muitos atores tentam fazer stand-up e não conseguem arrancar risadas, mas muitos humoristas quando vão atuar se dão bem”. E apesar de utilizar a linguagem da internet em seus quadros no Instagram, sempre tem um roteiro por trás, como o quadro com o personagem Bomvinácio. Que se trata de uma sátira, inspirada no mito da caverna de Platão, ao tipo de pessoa desinformada que não pesquisa e se mantém “as sombras”. Com o fim do bate-papo, ficou evidente que tanto Daniel quanto Glória compartilham um mesmo propósito: usar o humor como espelho de suas realidades e espaço de expressão. Entre muitas risadas, a mesa reafirmou o papel da Geração Flica como um espaço que promove discussões, sobre identidade, criatividade e como a arte pode sim ser feita de diversas formas.
