Ministério da Educação iniciou a avaliação nacional da alfabetização
Teve início na última segunda-feira (14) em todo o Brasil as provas para 2.707.348 alunos do terceiro ano do ensino fundamental das escolas públicas que passam pela Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). O exame, uma das principais iniciativas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), visa a aferir os níveis de alfabetização e letramento em língua portuguesa e em matemática e também as condições de oferta do ciclo de alfabetização das redes públicas.
A terceira edição da ANA é aplicada em 5.545 municípios, 48.860 escolas e 106.575 turmas. Por ser uma avaliação censitária e direcionada a crianças, as provas são divididas em dois dias e sempre começam pela de língua portuguesa. São 20 questões de língua portuguesa e 20 de matemática.
Segundo Luana Bergmann, da Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb) do Inep, os últimos resultados da ANA, referentes a 2014, apontam o desafio brasileiro para elevar a qualidade da educação ofertada desde os primeiros anos de escolarização, uma vez que a alfabetização é um dos pilares fundamentais para que as crianças possam dar continuidade plena às aprendizagens nas etapas seguintes da vida.
Inclusão — Este ano, a ANA inova no acesso a instrumentos de inclusão. Segundo o Censo da Educação Básica, cerca de seis mil alunos têm necessidades especiais, que são atendidas em ambientes apropriados, contam com provas superampliadas e em braile, além de provas traduzidas para videolibras, novo recurso adotado pelo Inep. As crianças terão ainda acesso a profissionais especializados, como ledores, transcritores e guia-intérprete, de acordo com a deficiência.
Esta edição do exame conta com 326 atendimentos especializados para cegueira, 26 para surdocegueira, 1.080 para surdez, 4.562 para baixa visão, 86.456 para outras deficiências e transtornos. Para a diretora de gestão e planejamento, Eunice Santos, esse esforço de inclusão é fundamental para garantir o diagnóstico da alfabetização brasileira. “A ANA é um dos mais importantes instrumentos para a gestão das políticas de educação no Brasil”, diz. “Precisamos garantir que nossas crianças aprendam a ler e a escrever na idade adequada.”
Aplicação — Mais de 44 mil pessoas estão envolvidas na aplicação do exame, que ocorre nas próprias escolas. Todos os envolvidos passaram por capacitação e curso de alinhamento em plataforma de ensino a distância para garantir a coleta de dados de modo padronizado. O consórcio aplicador da edição de 2016 é composto pela Cesgranrio, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Centro de Apoio à Educação à Distância (Caed).