Força-tarefa de Brasil, Colômbia e Bolívia vai investigar acidente

Uma força-tarefa formada pelos governos de Brasil, Colômbia e Bolívia investigará as causas da queda do avião da LaMia que matou 71 pessoas em Medellín. Entre as vítimas estavam a delegação da Chapecoense e um grupo jornalistas brasileiros. O primeiro encontro que decidirá os rumos da investigação será quarta-feira, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi convidado para participar da reunião com procuradores-gerais da Colômbia, Néstor Humberto Martínez Neira, e da Bolívia, Ramiro José Guerrero Peñaranda.

Foi Peñaranda que chamou os seus pares brasileiro e colombiano. “Esta reunião faz parte da iniciativa dos três procuradores-gerais para energizar a investigação deste evento infeliz e garantir que seja feita Justiça imediata para as famílias das vítimas”, informou, em comunicado, o governo boliviano.

A delegação da Chapecoense fretou o LaMia para disputar a final da Copa Sul-Americana, que seria disputada em Medellín na última quarta-feira contra o Atlético Nacional. O time catarinense saiu de São Paulo, em voo comercial, até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A viagem da cidade boliviana até a Colômbia foi feita com o avião da LaMia, que caiu nos arredores do aeroporto de Medellín. As primeiras investigações apontam que a aeronave sofreu uma pane seca, falta de combustível, segundo informou a Aeronáutica da Colômbia.

O tempo estimado da rota entre Santa Cruz de La Sierra e Medellín era de 4 horas e 22 minutos, e a distância a ser percorrida era de 2.985 km, apenas 15 km do alcance máximo do jato, cerca de 3 mil km. Pelas normas internacionais de segurança, o plano de voo deveria ter sido recusado e o avião, impedido de sair do aeroporto em Santa Cruz de La Sierra. Após o acidente, a LaMia, que é boliviana, teve sua atividades suspensas pelo governo.

Neste domingo, o governo boliviano anunciou que abriu investigação com o objetivo de esclarecer a relação da LaMia com funcionários da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), espécie de ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) boliviana. “Nos chama atenção que exista uma ligação entre servidores e essa companhia aérea. Vamos até o fundo nesse assunto”, disse o ministro de Obras Públicas da Bolívia, Milton Claros.

Segundo ele, também será investigada a relação da LaMia, que tinha apenas três aviões, com a Conmebol. A pequena empresa área tinha acesso a clubes e seleções de futebol do continente. Além disso, um grupo de 20 peritos vai analisar os dados de navegação e da caixa preta do avião. Esse trabalho será feito por ingleses, porque o aeronave foi fabricada no Reino Unido.

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