O Bahia e o processo de internacionalização da marca

por Paulo Franco *

A globalização está presente nas mais variadas relações econômico-sócio-culturais e permite que nações tenham a experiência de uma dimensão complexa do outro. A abrangência de tal processo não poderia deixar de figurar no âmbito do futebol e ser estendido aos clubes. 
Engana-se quem acredita que globalização no futebol está ligada a títulos e à presença de ídolos. Existem clubes que se globalizaram sem ter títulos relevantes no currículo e sem ter os principais ídolos do futebol mundial. Trata-se de um projeto do departamento de marketing, o qual deve entender que precisa projetar o clube internacionalmente, uma vez que, para o futebol, não existem barreiras nem distâncias.

Neste processo, o maior clube do norte-nordeste do Brasil, o Esporte Clube Bahia, confirmou sua presença na terceira edição do torneio anual que acontece nos EUA, a Florida Cup.

Com essa notícia, o clube demonstra que de fato iniciou o processo de internacionalização da sua marca, caminho este que começou a ser percorrido no início da temporada de 2015, quando em um grande evento enfentou o Shakhtar Donetsk da Ucrânia na Arena Fonte Nova, em Salvador. Em fevereiro deste ano, o Esquadrão de Aço enfrentou o Orlando City SC no Estádio Orlando Citrus Bowl, equipe norte-americana atualmente liderada pelo brasileiro Kaká. Esta viagem para os Estados Unidos foi uma ação do clube em comemoração aos seus 85 anos. O Tricolor Baiano foi o quinto clube brasileiro, o primeiro do Norte e Nordeste, a enfrentar o Orlando City em um amistoso. Antes do Bahia, a equipe da Major League Soccer (MLS) enfrentou o Fluminense, São Paulo, Flamengo e Ponte Preta. A Florida Cup é disputada por grandes equipes do futebol mundial e transmitida para 144 países.

Em abril deste ano, durante a “Semana de Evolução do Futebol” promovida pela CBF, foi abordado o tema “Internacionalização: ultrapassando fronteiras e conquistando torcedores mundo afora”. A entidade levou ao evento o executivo de Negócios Internacionais e Desenvolvimento do FC Barcelona, Arturo de La Fuente. No evento foi apresentado o uso dos pilares organizacional do Barça: jogo bonito, valores, apoio ao social e talento feito em casa. O Barcelona possui hoje espalhados em todo o mundo mais de 40 parceiros comerciais, além de escritório em Hong Kong e em breve em NY. Dentre diversos números e informações relevantes apresentadas por La Fuente, aparece uma em destaque que mostra o clube espanhol deixando a 26º posição e pulando para 2º em valor da marca no futebol, em um curto período, entre 2011 e 2014.

Quando se fale em internacionalização de marca dos clubes brasileiros, nós ainda temos muito o que aprender. Cabe aos clubes buscar pesquisas e ativações nessas áreas que, infelizmente, não são bem exploradas dentro do próprio país.

Este artigo é uma contribuição de Paulo Franco, Professor de Educação Física formado pela Universidade Católica de Salvador, especialista em Futebol.

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