Mandante diz que morte de cabeleireiro foi motivado por ciúmes

Edgar Silva Santos, que foi preso na terça-feira (10) suspeito de matar o cabeleireiro Valdir Macário, em Salvador, confessou à polícia que o crime foi motivado por ciúmes. A informação foi divulgada pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Bezerra, durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11). A delegada Jaqueline Gordilho, delegada titular em execício da 6° Delegacia Territorial (DT/Brotas), também participou da coletiva.

Valdir foi morto a tiros dentro do próprio salão em Salvador (Foto: Reprodução/Facebook)

Segundo Edgar informou a polícia, Valdir estava ajudando o irmão Reginaldo a ter encontros amorosos com a esposa dele, chamada Jucilene Alves dos Santos. “Ele [Edgar] disse que o crime foi passional e que os comparsas, solidarizados com a dor dele, o ajudaram no crime”, explicou José Bezerra.

Um mês antes de Valdir morrer, o irmão dele, Reginaldo, sofreu um atentado, mas sobreviveu. O irmão de Valdir confirmou o relacionamento com a mulher e contou à polícia que ela disse que estava em processo de separação.

A polícia também destacou que Edgar foi mentor dos dois crimes, tanto da tentativa de homicídio de Reginaldo quanto na morte de Valdir.

“Edgar pagou R$ 20 mil para um rapaz matar Reginaldo. E nesse crime, outros dois comparsas dele participaram. Já no crime contra Valdir, três comparsas dele atuaram. Patric, que foi preso, entrou no salão com outro homem, enquanto outro ficou no carro. No total, três tiveram participação no caso de Valdir, além de Edgar, que foi o mandante. Os outros dois ainda estamos investigando para identificar e prender”, disse Bezerra.

Produtos apreendidos com Edgar e Patric quando foram presos na Bahia (Foto: Maiana Belo/G1 BA)

Segundo o diretor do DHPP,  Edgar também alegou ter se sentido ameaçado por Valdir, após o ataque a Reginaldo. “Valdir teria comentado com as pessoas e com a polícia que o crime contra o irmão não iria ficar daquele jeito, e Edgar interpretou como uma ameaça”, contou Bezarra.

A polícia informou ainda que Edgar já foi preso por tráfico de drogas assim como a esposa Jucilene, em 2008. A prisão preventiva da mulher já foi expedida. Segundo Bezerra, o pedido foi feito para que ela seja ouvida.

Ao ser preso nesta quarta-feira, foram encontradas com Edgar e Patric armas, munições, celulares e relógios. Eles alegam que essas armas apreendidas não foram as mesmas usadas nos crimes contra Reginaldo e Valdir.

História
O salão Valdir Cabeleireiro foi criado em 1986, no bairro do Engenho Velho de Brotas. Na página do estabelecimento na internet, o empresário contou que teve a mãe como inspiração, uma mulher mãe de oito filhos que o ensinou a “importância de se alcançar a independência financeira, o poder, a união e a solidariedade conservando a dignidade e a simplicidade”.

Valdir dizia que via a mãe desembaraçar e trançar os cabelos crespos das cinco irmãs. Naquela observação, encontrou seu talento. No princípio, começou a cortar apenas cabelos de parentes e amigos. Com aperfeiçoamento, a ideia cresceu e se tornou uma fonte de trabalho.

O cabeleireiro ressaltava que seus familiares compuseram a sua “tribo de cabeleireiros”, sendo os primeiros funcionários do salão. Na Avenida Vasco da Gama, ele ampliou os negócios e criou um espaço reconhecido pelo cuidado aos cabelos crespos.

Suspeito de envolvimento em morte de cabeleireiro aparece em vídeo com metralhadora (Foto: Reprodução/You Tube)

Crime
Uma câmera de segurança instalada no prédio onde fica o salão do cabeleireiro flagrou o momento em que dois homens suspeitos de cometer o crime invadem o local armados, na noite do dia 12 de novembro de 2016, um deles com uma metralhadora.

O cabeleireiro atendia clientes no momento em que foi morto. Nenhuma outra pessoa ficou ferida, segundo a polícia.

Nas imagens da câmera de segurança, é possível ver ainda o desespero de duas mulheres que estão no local. Ao presenciarem a entrada dos homens armados, as mulheres se sentam e parecem não saber o que fazer. Em seguida, uma terceira mulher se aproxima e fica com as duas.

Depois, o homem que está com a metralhadora vai até o local onde as mulheres estão e parece falar alguma coisa com uma delas. Em seguida, o suspeito retorna para o cômodo do salão onde estava. Segundos depois, as mulheres colocam as mãos nos ouvidos, como se estivessem ouvindo os disparos. Após isso, os suspeitos aparecem novamente no vídeo fugindo do local.

 

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