Presídio no RN tem nova rebelião e governo anuncia construção de muro para separar facções

Os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal (RN), voltaram a subir aos telhados de um dos pavilhões na manhã desta terça-feira (17) pelo terceiro dia consecutivo. De acordo com o portal “G1”, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, informou que a prioridade é manter a situação sob controle e evitar fugas. 

No final de semana, pelo menos 26 detentos foram mortos em um confronto entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime. Durante a madrugada desta terça-feira, porém, não houve confronto entre os presos. A unidade prisional está parcialmente destruída por conta da rebelião que aconteceu no final de semana.  

Os detentos continuam a circular livremente dentro do presídio. Ontem, a Polícia Militar e o Grupo de Operações Especiais (GOE) invadiram o presídio para tentar retomar o controle do local e retirou cinco presos que foram apontados como líderes do massacre no final de semana. A maioria dos mortos pertence ao Sindicato do Crime. 

De acordo com o secretário de Justiça e Cidadania do RN, Wallber Virgulino, o presídio está controlado pela polícia e os presos sobem aos telhados para se defender. “Os pavilhões estão destruídos e eles sobem nos telhados para tentar se defender”, afirma.  

O governador do RN afirmou que o massacre em Alcaçuz foi uma “retaliação” aos mortos durante uma rebelião em Manaus, no começo do mês. “Até hoje, nunca tinha havido um confronto dentro dos presídios entre PCC e Sindicato do Crime RN. Virou uma guerra. Começou no Amazonas, isso é uma retaliação. Essa briga não é do RN, é uma vingança ao caso do Amazonas e aconteceu no meu estado, infelizmente”, disse Faria, em Brasília. 

Muro

De acordo com a reportagem da “Folha de S Paulo”, os detentos que fazem parte do PCC estão em celas quebradas desde 2015. O presídio de Alcaçuz está dividido em dois setores: um do PCC e outro do Sindicato do Crime. Esta última facção é uma dissidência do PCC, formada em 2012. 

De acordo com o governo do Estado do RN, uma reforma será realizada no presídio e contará com a construção de um muro para separar as duas facções. Virgulino também afirmou que o Governo não tem intenção de fechar o presídio, principalmente pela superlotação que vem acontecendo no Rio Grande do Norte.

Durante a manhã de hoje, um dos detentos gritou para os repórteres: “A guerra só vai acabar quando tirarem o PCC daqui, do presídio e do estado. Isso não vai ficar assim. Nós vamos atacar”. 

Rebelião

A rebelião do fim de semana foi motivada por uma briga entre os pavilhões 4 e 5 do presídio, envolvendo as duas facções. O motim teria começado após a invasão de um pavilhão por presos inimigos. Dois dos mortos foram carbonizados e os demais decapitados. O governo do Rio Grande do Norte informou que precisará de cerca de 30 dias para identificar todos os mortos. 

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