Aplicativo acirra disputa entre motoristas em Salvador
Menos de 24 horas depois que chegou em Salvador, o aplicativo Yet GO, já conta com mais de 20.000 downloads em celulares de soteropolitanos foram registrados, segundo a empresa. Assim como o Uber, o novo aplicativo não conta com a simpatia da prefeitura, que trata esse serviço como clandestino. Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entretanto, uma lei municipal vetando os aplicativos é inconstitucional. Uma questão que deve ser decidida pelo Tribunal de Justiça da Bahia.
O veredito da desembargadora Soraya Moradillo Pinto, em férias até 8 de fevereiro, é aguardado com ansiedade pelos cerca de mil motoristas profissionais já teriam se cadastrado para atuar no aplicativo, os quase cinco mil motoristas do Uber e 13 mil taxistas que atuam em Salvador.
Desempregado desde julho, o operador de logística Francis Nascimento está trabalhando com o aplicativo desde o seu lançamento e acha que, do ponto de vista dos motoristas, tanto o Yet Go quanto o Uber têm coisas boas e ruins. “Um pode aprender com o outro. O Yet Go mostra a foto do passageiro, por exemplo, mas ainda tem que melhorar a questão do controle, porque recebi uma chamada em que o cliente tinha uma imagem pornográfica”, afirma Nascimento, que não está cadastrado no concorrente Uber.
O fundador da Yet, Alberto Souza Júnior, aposta em preços mais baixos para conquistar clientes e motoristas. “Não temos a tarifa dinâmica e Go e a nossa tarifa é 20% menor do que a do Uber”, afirma.
Se entre os dois aplicativos, a briga é para oferecer serviços melhores e atrair um número maior de profissionais do volante, para os taxistas o objetivo é se adaptar aos novos tempos e evitar a contínua perda de clientes.
Uma disputa que chegou a gerar perseguições, atentados e ameaças de morte a motoristas e passageiros dos aplicativos. E, no plano racional, impulsiona o debate sobre o fato de que um taxista paga pelo uso do alvará. Oficialmente, apenas a prefeitura pode conceder o documento.
Mas como o poder público emite uma quantidade limitada de documentos, os próprios taxistas trataram de estabelecer um comércio informal à medida em que profissionais desistem da vaga.