Lançamento na Casa da Música do documentário “Viva o Abaeté”

“Tem orquídeas, gravatás, água limpa de beber, cavalinhas e teiús, borboletas e besouros, tem lagartos verdazuis e raposas cor de ouro”: é através da letra do cantor e compositor Fernando Oliveira que toda essa riqueza natural é narrada com melodia no documentário “Viva o Abaeté”. Produzido pela TVE, o curta será lançado em um evento especial para toda a comunidade de Itapuã nesta segunda-feira (30 de janeiro), às 19h, na Casa da Música, espaço cultural administrado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) na região. A entrada é gratuita.

Dirigido por Hewelin Fernandes, o documentário explora lugares pouco conhecidos pelos visitantes do Parque Metropolitano do Abaeté e narra a história de criação da Casa da Música, que tem como objetivo ser o ponto de dinamização cultural do local. O filme ainda destaca o Abaeté como fonte de inspirações para diversos compositores, desde Caymmi e Caetano Veloso a artistas da região, como Seu Reginaldo e As Ganhadeiras de Itapuã.

“Viva o Abaeté” é uma homenagem ao projeto de mesmo nome desenvolvido pela Casa da Música, que busca estimular a ocupação do Parque através de intervenções culturais e do contato permanente do público com a natureza. Hewelin participou de uma das edições e ficou encantada com a experiência: “Toda essa parte cultural é fundamental para a vida desse lugar e isso inclui a Casa da Música. O projeto foi importante para mim, como um meio de aproximação maior com o lugar”, conta a diretora. Foi após essa participação que ela teve a ideia de produzir o documentário.

Para o coordenador da Casa da Música, Amadeu Alves, a produção vem em um momento de intensa reocupação do Abaeté. “O trabalho da Casa da Música tem chamado atenção das autoridades e comunidades do local, que estava quase abandonado”, conta. Ele ainda fala que o projeto desenvolvido pelo espaço cultural ajudou a resignificar o próprio Abaeté. “Nossa experiência tem revelado que o Abaeté continua sendo uma fonte de inspiração dos compositores, aprazível, onde as pessoas podem desfrutar momentos de lazer e cultura”, finaliza.

Salvino Filho, diretor artístico d’As Ganhadeiras de Itapuã e participante assíduo das atividades da Casa da Música, considera que o documentário é um reconhecimento da riqueza cultural de Itapuã e da importância do Abaeté para o país. “Há algum tempo, muitas pessoas lavavam roupas de família e para turistas como fonte de renda aqui. O especial vai mostrar uma realidade que é muito nossa. Ele abre a visão sobre o que é o Abaeté”, destaca.

Em 2017, a Área de Preservação Ambiental do Abaeté completa 30 anos. O seu decreto foi importante para conter a utilização irregular e prejudicial ao meio ambiente das dunas tão características do local, um movimento proveniente da expansão urbana do bairro de Itapuã. Seu limite se estende em uma área aproximada de 1,8 mil hectares. Antes, em 1993, o Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté foi criado com uma extensão de 12 mil metros quadrados, onde ficam instaladas a associação das lavadeiras, a Casa da Música e toda área urbanizada do Abaeté.

Espaços Culturais da SecultBA – A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia mantém 17 espaços culturais em diversos territórios de identidade baianos, geridos pela Diretoria de Espaços Culturais (DEC), setor vinculado à Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult). Destes, cinco encontram-se em Salvador – Cine Teatro Solar Boa Vista, Espaço Xisto Bahia, Casa da Música de Itapuã, Centro Cultural de Plataforma e Espaço Cultural Alagados – e 12 nos municípios de Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Mutuípe, Porto Seguro, Santo Amaro, Valença e Vitória da Conquista. Para mais informações, acesse: www.espacosculturais.wordpress.com.

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