Vereadores de Salvador começam a ficar favoráveis ao Uber

Sob o temor de perderem votos dos sete mil taxistas e suas respectivas famílias, os vereadores de Salvador aprovaram de forma unânime, em abril de 2016, o projeto de lei que proíbe o Uber na cidade. Mas agora, passada a eleição, muitos deles já falam de forma favorável ao aplicativo, numa oportunista tentativa de capitalizarem a aceitação que o serviço tem tido pelos soteropolitanos.
“Quem estava no passado contra, hoje, se você conversar com os colegas [vereadores], você vai ver que estão a favor”, afirmou o vereador Maurício Trindade (DEM), em entrevista nesta quinta-feira (9) ao apresentador José Eduardo e à jornalista Cíntia Kelly, na Itapoan FM.
Apesar de compor a base do prefeito ACM Neto (DEM), que já declarou ser contrário à modalidade do Uber, Trindade disse que a empresa tem respaldo federal e o município não tem competência legal para impedir seu funcionamento. “Não cabe à prefeitura fiscalizar e ficar apreendendo o carro de ninguém”.
Trindade disse que o serviço de táxi em Salvador poder ser extinto, caso não se modernize, e ainda ironizou a atuação municipal de fiscalização ao Uber. “Se não se modernizar vai acabar o táxi em Salvador. Não podemos deixar que a prefeitura passe a vergonha de ficar apreendendo o carro dos outros”.
Segundo ele, a legalização do serviço, com o pagamento de impostos, vai gerar receita ao município. “A cidade está perdendo porque o Uber não paga nada, mas quando for regularizado a cidade vai ganhar”, defendeu, ao acrescentar que a demora na resolução do tema aumenta a rivalidade entre taxista e motoristas de Uber. “Não podemos deixar Salvador em guerra”.

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