Marco Aurélio diz que não foi ‘politicamente correto’ ao libertar goleiro Bruno

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), admitiu nesta sexta-feira (24) que não foi “politicamente correto” ao conceder habeas corpus para o goleiro Bruno, preso há seis anos e sete meses pelo assassinato de Eliza Samudio. Para Mello, o Judiciário deve cumprir as leis mesmo que a população não concorde. “Nem sempre nós concebemos harmonia com os anseios sociais. Às vezes, o Supremo tem que ser contra majoritário. É função dele tornar prevalecente a ordem jurídica, e foi o que eu fiz. Claro que a minha posição não foi politicamente correta”, avaliou, em entrevista ao jornal O Globo. O ministro do STF disse ainda que nunca se incomodou com as críticas, apesar de atender aos anseios da sociedade sempre que pode: “Caso contrário, paciência”. Para Mello, nada indica que Bruno cometerá outro crime quando for posto em liberdade. “Não, ele é primário, de bons antecedentes. O homicídio geralmente é praticado por um agente episódico, por motivação na base da emoção, da paixão. A não ser que a pessoa seja integrante de um grupo de extermínio. No caso dele, não é isso”, concluiu.

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