Comissão do Senado rejeita relatório da reforma trabalhista
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) rejeitou no início da tarde de hoje (20/6) o relatório da reforma trabalhista. Com um placar apertado, 10 senadores votaram pela rejeição do projeto e nove parlamentares votaram pela aprovação do relatório produzido por Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Mesmo com a derrota na Comissão, o projeto segue normalmente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O placar surpreendeu governistas e a própria oposição, que comemorou muito. Senadores governistas trabalhavam com a expectativa de que o texto pudesse ser aprovado por placar de 11 a 8 ou com vantagem de 12 a 8, conforme o quórum da votação.
Mesmo não interrompendo a tramitação da reforma trabalhista no Senado, a oposição comemorou como uma vitória a rejeição do texto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi rejeitado por 10 votos a 9. Já a base governista está agindo para afirmar que “nada muda” na tramitação do texto e que a proposta ainda vai passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário da Casa.
A página do PT no Senado comemorou o resultado na CAS e disse que a rejeição é uma derrota para o governo do presidente Michel Temer (PMDB). “Vitória!!!!!! Oposição derrota governo Temer na votação da reforma trabalhista”, diz uma publicação da página. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) destacou o resultado e escreveu no Twitter que “a luta dos trabalhadores e do povo continua”. O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que o presidente Temer “perdeu sua base” com o resultado. Na mesma linha publicou a deputada Maria do Rosário (PT-RS). “Derrota de Temer no Senado decreta fim do governo”, declarou.
Paulo Paim (PT-RS), que teve o voto em separado aprovado na Comissão, gravou um vídeo para as redes sociais e chorou ao falar do resultado. “Quando a vitória é ganha na prorrogação tem mais emoção”, disse. Ele afirmou que a rejeição ao texto de Ferraço foi “uma vitória do povo brasileiro. “Eles iriam tirar todos os direitos de vocês, era um crime contra nossa gente.” O senador ainda emendou a confiança na queda do presidente Temer. “Agora com esse governo caindo, dá para a gente caminhar para botar esse país nos trilhos.”
CCJ
Já base governista relativizou a rejeição e lembrou que o texto segue amanhã para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ainda para o plenário. “Mesmo com a derrota de hoje na CAS, a tramitação da reforma trabalhista não muda. A matéria segue para CCJ amanhã, quando irei ler meu relatório pela constitucionalidade do projeto”, escreveu no Twitter o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
A página oficial do PMDB na rede social publicou um texto afirmando que o resultado não interfere na tramitação da proposta. “Mesmo rejeitada por 10 a 9 na CAS, tramitação da reforma trabalhista continua normalmente na CCJ e depois no plenário do Senado. Não muda nada”, diz a publicação.
Apesar do esforço das lideranças governistas em minimizar o resultado da votação na CAS, a reação do mercado à derrota do projeto foi negativa. Logo após o fechamento da votação, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) intensificou sua queda e o dólar passou a subir. Às 14h30 , índice Boespa registrava recuou de 1,6%, aos 61.020 pontos. Já o dólar tinha alta de 1,33%, cotado a R$ 3,328.