Após confusão, senadores aprovam reforma trabalhista
O Senado aprovou nesta terça-feira (11) o texto principal da reforma trabalhista durante uma sessão bastante atribulada, que chegou a ficar suspensa por mais de seis horas depois do protesto de senadoras de oposição. Foram no total 50 votos a favor, 26 contra e uma abstenção, em um turno apenas.
O texto precisava de maioria simples para ser aprovado – metade dos senadores presentes mais um. Agora, os senadores discutem e votam as emendas ao texto principal.
O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), retornou ao local depois da paralisação da discussão e, sob protestos da oposição, anunciou a reabertura dos trabalhos.
Como a Mesa Diretora continuava ocupada pelas senadoras da oposição, Eunício se sentou no canto da mesa e, mais uma vez, fez uso do microfone sem fio.
(Foto: ABr)
Desde o fim da manhã, quando impediram Eunício de se sentar na cadeira de presidente, parlamentares oposicionistas obstruíram os trabalhos e permaneceram no plenário, sob a condição de ser votado separadamente um dispositivo do projeto que trata do trabalho de mulheres grávidas em locais insalubres. O senador suspendeu a sessão por tempo indeterminado e determinou o desligamento das luzes do plenário.
Às 18h36, três minutos depois de retornar ao local, Eunício pediu que as lideranças de partidos orientassem suas bancadas sobre como votar. “Senhoras senadoras e senadores, já podem votar”, disse Eunício, sob aplausos de governistas. Como forma de protesto, parlamentares da oposição pediram que fosse concedido o tempo regimental para que os líderes se manifestassem, ao que Eunício argumentou que não poderia abrir o microfone e conceder a palavra enquanto não se sentasse na cadeira. Após 11 minutos de confusão e bate-boca entre os parlamentares, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) se levantou e, seguida das outras parlamentares, deixou a mesa.
Neste momento, um grupo de manifestantes portando cruzes e bandeiras e pedindo a saída de Temer, tenta entrar nas dependências do Senado. Embora a votação já tenha sido iniciada, com quórum de mais de 50 senadores na Casa, Eunício Oliveira finalmente concedeu a palavra às lideranças. “Palavra, eu cumpro. Não vou encerrar a votação, vou dar o encaminhamento de líderes”, afirmou.