Petrobrás quer pagar bônus por meritocracia
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A Petrobrás vai dar mais um passo para implementar a cartilha da meritocracia no dia a dia dos seus funcionários. Em linha com o que manda o guru brasileiro de gestão de empresas dos anos 1990, Vicente Falconi, e com exemplos de sucesso do setor privado, como da cervejaria Ambev, a estatal quer estimular a performance dos seus profissionais. Para isso, está disposta a pagar bônus por desempenhos individuais de empregados, a criar um banco de talentos interno e a alterar o seu plano de cargos e salários. Um comitê multidisciplinar ainda vai ser criado para zelar pela integração dos diferentes setores da companhia. A principal função do grupo vai ser mapear os principais problemas de cada área e encontrar soluções rápidas, ainda que impopulares.
As mudanças foram comunicadas pelo diretor de Assuntos Corporativos, Eberaldo de Almeida Neto, que assumiu o cargo no fim de janeiro, no lugar de Hugo Repsold, atual diretor de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia. Em carta direcionada aos funcionários divulgada na intranet, à qual o site Estadão / Broadcast teve acesso, ele afirma que a companhia ainda tem que avançar bastante em dois temas essenciais para o seu futuro: “a integração e o mérito”: “Temos de acelerar esse processo, de forma a intensificar o aumento da eficiência.” Almeida Neto diz ainda que “recompensar o mérito da força de trabalho é uma função central do RH (Recursos Humanos) e um compromisso de toda diretoria executiva”.
O comunicado não agradou a Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante dos empregados, que interpreta as medidas como um retrocesso a um modelo de gestão adotado no governo do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990. Coordenador-geral da entidade, José Maria Rangel afirma que o pagamento de bônus por desempenho já foi adotado no passado, mas caiu por pressão dos sindicatos.
“Os sindicatos compreendem que o sucesso da empresa depende de uma ação conjunta dos funcionários e que as compensações por metas atingidas devem acontecer por meio do PLR (participação nos lucros e resultados)”, afirmou Rangel. A FUP negocia com a diretoria dos critérios de distribuição do PLR. A empresa que substituir objetivos operacionais por financeiros, mais difíceis de serem alcançados nesse período de crise, segundo a federação.