Vereador é afastado em operação da PF após suspeita de crimes eleitorais
Um vereador de Vitória da Conquista foi afastado por determinação judicial, com a operação Condotieri, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (30). O nome dele não foi detalhado pela PF.
Uma arma foi apreendida em Salvador com um dos alvos da operação, um assessor de um deputado federal. Um dos mandados de busca foi cumprido no gabinete do vereador na Câmara do município de Conquista.
A Justiça Eleitoral determinou ainda o bloqueio de bens e valores de membros da organização criminosa na ordem de aproximadamente R$ 420 mil, em razão do valor potencial do desvio.
Segundo a investigação, o vereador é suspeito de um esquema de cooptação de votos quando era candidato, em 2016. Ele teria oferecido benefícios como cargos em um presídio que era construído na cidade, além da estrutura de órgãos públicos, como o Detran e do consórcio Zona Azul, que tinha contrato com a gestão municipal.
Esquema – A polícia detalhou, em coletiva de imprensa, que o esquema de ocupação de cargos no presídio, que era administrado por uma empresa terceirizada, era organizado ao ponto de haver uma planilha em Excel com uma lista de nomes de pessoas indicadas.
Conforme a PF, além do vereador, estão envolvidos no esquema um ex-presidente da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, o assessor de um deputado federal, um ex-deputado estadual da Bahia, assessores, o ex-diretor do 4º Ciretran de Vitória da Conquista, membros da empresa que administra o novo presídio de Vitória da Conquista, sócios administradores do consórcio Zona Azul. Todos os nomes não foram divulgados.
Eles responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, patrocínio infiel e estelionato.
No total, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão, 23 de medidas cautelares e 61 de intimação na Bahia, na cidades de Salvador, Lauro de Freitas, Vitória da Conquista, Itabuna, Wenceslau Guimarães, e também no Rio de Janeiro e Cuiabá (MT).
Em nota, o presidente da Câmara de Vitória da Conquista , Hermínio Oliveira (PPS), disse que a Casa está “contribuindo com as investigações” e que “todas as medidas estão sendo tomadas para que seja mantida a integridade da Câmara, de seus funcionários e vereadores”.