Tentativa de golpe na Turquia deixa mais de 260 mortos e 2.800 presos

 Tentativa de golpe na Turquia deixa mais de 260 mortos e 2.800 presos

O caos instalado na Turquia após a tentativa militar fez dezenas de vítimas durante a noite e as primeiras horas deste sábado. O balanço divulgado pelas forças militares que apoiam o presidente Recep Tayyip Erdogan cita que 265 pessoas morreram, sendo 104 acusados de apoiar o golpe, 47 civis, 41 policiais e dois soldados do Exército que não apoiaram o golpe. Cerca de 2.800 foram presos e mais de 1.000 ficaram feridos.

Erdogan fez um pronunciamento no início da manhã deste sábado no horário local (meio da madrugada no Brasil) e disse que a tentativa de golpe militar não foi bem sucedida. Em Istambul, o presidente afirmou que está no comando do país, mas pediu à população que continue nas ruas. Um dos ministros do governo Erdogan diz que “90% da situação está controlada”.
Apesar do discurso que reivindica a vitória sobre os rebeldes, o presidente turco pediu à população que não deixe as ruas e praças até que a situação esteja resolvida.

Ontem à noite, o presidente fez um pronunciamento através do telefone celular convocando as pessoas contra o golpe. A ação levou milhares de pessoas às ruas durante a madrugada contra os militares rebeldes. Enquanto convocava civis, o governo Erdogan colocou forças militares na rua para tentar impedir a ação rebelde. No início da manhã deste sábado, a televisão turca transmitiu ao vivo uma suposta rendição de um grupo de militares que interditou ontem, com a ajuda de tanques, uma das pontes que liga a área europeia à região asiática de Istambul sobre o Estreito de Bósforo.

Conflitos

O conflito entre um grupo de militares que apoia o golpe e forças leais ao governo Erdogan continuou durante toda a madrugada e, apesar de o governo reivindicar vitória sobre os golpistas, há relatos de conflitos no início desta manhã de sábado em algumas áreas, segundo informações da imprensa local.

Durante a madrugada, a imprensa turca citou que explosões foram ouvidas no Parlamento turco. O edifício teria sido alvo de bombas. Um porta-voz do grupo militar que apoia o presidente Erdogan informou que alguns soldados que apoiaram o golpe teriam feito alguns comandantes reféns e nem todos teriam sido liberados até o início da manhã deste sábado no horário de Brasília.

A tentativa de golpe aconteceu na noite de sexta-feira, quando um grupo de militares fechou duas pontes sobre o Estreito de Bósforo, o braço que liga as águas do Mar Negro e do Mar de Mármara e também separa regiões de Istambul entre o continente europeu e asiático. Após a interrupção do trânsito, tropas saíram às ruas e jatos militares começaram a sobrevoar Ancara. O grupo que liderou o golpe diz que a ação tem como objetivo “garantir a restauração da ordem, democracia direitos humanos e liberdades”.

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