Sessão especial na Câmara marca homenagem aos povos de matriz africana de Salvador
Nesta segunda-feira (12), a Câmara Municipal de Salvador vai realizar uma sessão especial em homenagem à “Luta e a Resistência dos Povos de Matriz Africana e Comunidades Tradicionais de Salvador”. O evento, requerido pela vereadora Marta Rodrigues (PT), acontece no plenário da Casa e se inicia às 18 horas.
Segundo Marta, o objetivo da sessão é homenagear a luta e resistência dos terreiros da capital Baiana pela preservação da religião afro-brasileira – um patrimônio cultural, atemporal – que até hoje sobrevive e resiste a todo tipo de perseguição, discriminação racial e desigualdades sociais. Na ocasião, ocorrerá a entrega simbólica do Troféu Mojubá, palavra em ioruba que tem por significado (meus respeitos) a líderes religiosos que se destacam pela fé, respeito e culto aos orixás.
“São nossos ancestrais. Foram eles que nos trouxeram e trazem força e resistência para permanecermos, até hoje, firmes no combate ao banzo (dores da alma, por saudade da terra de origem), às desigualdades e ao racismo. Esses povos foram fundamentais para combatermos a escravidão, pregando a liberdade de expressão, de religião e de pensamento, luta na qual estamos até hoje”, diz a vereadora.
A iniciativa acontece em meio às celebrações do Novembro Negro, quando ocorre diversas atividades para exaltar o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, comemorado todo dia 20 deste mês. A data marca a morte de Zumbi e foi instituída oficialmente pela Lei 12.519 em 2011 no governo de Dilma Rousseff (PT).
“Zumbi é um símbolo de resistência e de luta contra a escravidão no Brasil. Em tempos como os que estamos vivenciando, reconhecer esta luta é primordial para nos dar força para continuar essa batalha. O tempo é de união, a mesma que demonstramos ao longo dos séculos, marco de nossos quilombos, e que nos trouxe conquistas que hoje estão ameaçadas”, disse a edil.
A vereadora ressalta, ainda, as muitas ameaças às conquistas voltadas para a redução da intolerância religiosa e da desigualdade racial no País. “Querem atacar as cotas das universidades, os movimentos sociais, instituições que estão permanentemente fazendo o debate, impedir nas escolas que o debate seja livre para a consciência crítica de nossos estudantes, incentivando a intolerância religiosa. Permaneceremos nos aquilombando. Ninguém vai soltar a mão de ninguém”, disse.