Tese do “golpe” em eleições municipais divide PT e afasta Dilma de campanhas

 Tese do “golpe” em eleições municipais divide PT e afasta Dilma de campanhas

Às vésperas da votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, dirigentes do partido e candidatos do PT mostram divergências sobre a eficácia de repetir a narrativa do “golpe” nas disputas das eleições 2016 pelas prefeituras. A estratégia de “nacionalizar” a campanha municipal divide o partido.

Além disso, os candidatos também avaliam a conveniência de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no palanque e muitos preferem que Dilma fique distante durante todo o processo das eleições 2016. A expectativa de um cenário adverso para o partido petista.

Fernando Haddad, que concorre ao segundo mandato com um alto índice de rejeição, não terá Lula com um papel preponderante na campanha de prefeito de São Paulo, ao contrário do que aconteceu durante a eleição de 2012. O ex-presidente é alvo da Lava Jato e perdeu grande parte do seu apelo de capital político.

Nesta quarta-feira (27), a presidente afastada Dilma disse em entrevista que está disposta a participar das eleições municipais, “se for convidada”, apoiando candidatos “da grande base progressista”. Por outro lado, nos bastidores, a equipe de Fernando Haddad prefere que a líder petista não apareça durante a disputa na capital.

“Qual o motivo para não mostrar a Dilma?”, perguntou o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza. “Não temos como fugir dessa nacionalização, embora o que esteja em jogo sejam as propostas para melhorar a vida das pessoas.”

O partido tenta colocar no prefeito de São Paulo o perfil de homem preparado para fazer “mais e melhor”. Os auxiliares de Haddad estão convencidos de que as crises envolvendo o PT, Lula e o governo Dilma ofuscaram o trabalho dele. Haddad é um dos que mais se opõem à ideia de “nacionalizar” a campanha.

Campanha no Nordeste

Antigo reduto do PT, o Nordeste tem o maior índice de apoio a Dilma e Lula. Na região, candidatos petistas querem associar o possível impeachment da presidente ao corte de programas sociais, apresentando-se como os nomes capazes de reverter a perda dos benefícios.

“Se o PT souber capitalizar essa ideia do golpe nas eleições municipais, poderemos vencer a batalha, principalmente no Nordeste”, afirmou o deputado federal José Guimarães (CE), ex-líder do governo Dilma e um dos vice-presidentes do PT. “A ‘nacionalização’ ajuda muito no Nordeste e no Rio, mas em São Paulo admito que o terreno é mais hostil”, emendou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Comunicação para as eleições 2016

A ordem da cúpula petista é aproveitar a propaganda no rádio e na TV das eleições 2016 – que começa em 26 de agosto, quando a votação do afastamento definitivo de Dilma deve ter início no Senado – para também jogar luz sobre experiências bem-sucedidas nos quase 14 anos do PT no Palácio do Planalto. Com informações AE.

 

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