Cinco atletas do time olímpico de refugiados chegam ao Rio de Janeiro
O Time Olímpico de Refugiados (TOR) ganhou o reforço de cinco atletas na manhã desta sexta-feira. Isso porque os sul-sudanês desembarcaram no Rio de Janeiro e vão integrar a equipe que terá dez esportistas no total. Chegaram à capital olímpica três homens e duas mulheres que vieram do Quênia, onde vivem atualmente, mas são do Sudão do Sul. Todos competirão no atletismo.
Os refugiados que chegaram são os seguintes: Rose Nathike Lokoyen, que disputará os 800 metros, Anjelina Nadai Lohalith, a prova dos 1500 metros, Yiech Pur Biel, também correrá os 800 metros, como a companheira Lokoyen, James Nyang Chiengjiek, dos 400 metros e Paulo Amotun Lokoro, atleta dos 1500 metros, assim como a parceira Anjelina. Paulo, inclusive, já no desembarque, falou do sonho de conhecer o bicampeão dos 100 metros, 200 metros e 4 x 100 metros, Usain Bolt. “Eu quero muito conhecer o Usain Bolt, é alguém que eu só vi pela televisão. Eu espero que ao menos eu possa vê-lo na Vila Olímpica”, revelou.
“É realmente muito importante, porque eu sei que vou representar milhares de refugiados ao redor do mundo”, disse Anjelina Nadai ainda no saguão do aeroporto. “O que eu posso dizer é que não queríamos nos tornar refugiados, mas foi o que aconteceu. Agora queremos fazer algo de positivo pelas pessoas, então talvez essa seja a chance de mostrar ao mundo a causa, para que se tenha cada vez menos refugiados no mundo”, finalizou.
A chefe da delegação do TOR é a queniana Tegla Loroupe, primeira mulher africana a vencer a maratona de Nova York e com três Jogos Olímpicos no currículo. Os cinco competidores vivem na cidade de Kakuma, no Quênia. Para ganhar ritmo olímpico, o grupo treinou na capital do país Nairóbi antes de chegar no Brasil. Outros quatro atletas também já chegaram ao Rio, são eles: a síria Yusra Mardini, dos 100 metros livres e 100 metros borboleta, a congolesa Yolande Mabika, peso médio do judô, o congolês Popole Misenga, que também compete no peso médio do judô e o sírio Ramis Anis, nadador dos 100 metros borboleta.
O último a chegar será o etíope Yonas Kinde, que participará do evento mais tardio dos Jogos, a maratona. Os países do grupo de refugiados são variados, como Alemanha, Bélgica, Quênia, Brasil e Luxemburo, onde vive o maratonista. Os sírios, inclusive, já treinam no Parque Aquático Olímpico e quem reside em solo brasileiro são os dois judocas.
A inédita equipe olímpica foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), juntamente com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Com informações Estadão.