Mais de mil empresas garantem que não vão demitir durante crise
Na contramão do que tem ocorrido desde o início da adoção do isolamento social devido ao novo coronavírus (Covid-19), quando algumas empresas começaram a demitir, outras tantas se comprometeram em não encerrar contratos com funcionários em meio à crise provocada pela pandemia.
Enquanto a tônica das mensagens empresariais tem sido ameaça de corte, pedido de crédito e redução de imposto, mais de mil empresas se manifestaram discretamente durante o fim de semana, por documento, garantindo a não demissão.
A iniciativa foi aberta pela Ânima Educação, cujo Daniel Castanho é presidente do conselho. Após conversar com algumas dezenas de empresários, ele disse que, de sexta-feira (3) a domingo (5), a lista passou de mil inscrições.
O manifesto subiu para a internet em um site chamado “Não Demita”. A introdução diz aos empresários que suas companhias têm a responsabilidade de retribuir o que a sociedade lhes proporciona, “começando pelas pessoas que dedicam as vidas ao sucesso do seu negócio”.
De acordo com informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, entre os que já estão públicos aparecem nomes como Accenture, Alpargatas, Boticário, Bradesco, BR Partners, BRF, BTG, Camil, C&A, Cosan, Itaú, JBS, Magalu, Microsoft, MRV, Natura, PwC, Renner, Salesforce, Santander, SEB, Suzano, Vivo, XP e WEG.
Mais nomes de empresas serão publicados gradativamente, conforme o trabalho dos programadores do site e a confirmação de que os signatários são os representantes legais das empresas.
Na opinião Daniel Castanho, se o isolamento não fosse respeitado, o Brasil teria mais dificuldade para superar a pandemia. “Seria uma tragédia não só pelas mortes provocadas pelo coronavírus, mas também economicamente. Além de não demitir, as empresas não devem apertar os fornecedores, senão, provocam demissão indireta. Tem de cuidar da cadeia toda”.