Agitação cultural exalta produções artísticas de Lauro de Freitas

 Agitação cultural exalta produções artísticas de Lauro de Freitas


Literatura, teatro, artes plásticas, música e dança fizeram parte da “Agitação Cultural do Novembro Negro” de Lauro de Freitas, na noite desta segunda-feira (26), no Cine Teatro – Centro. O circuito cultural contou com o lançamento do cordel “O Levante do Rio Joanes”, do historiador Gildásio Freitas, apresentação da peça “Os filhos da abolição”, exposição Aborígenes, do artista plástico Sivu, e roda de conversa com intervenções artísticas culturais. Com as fortes chuvas, As apresentações, que estavam programadas para a área verde do Teatro, foram realizadas na sala de ensaio.

 

Com o lançamento do cordel “O Levante do Rio Joanes”, o professor e historiador do município, Gildásio Freitas, abriu a noite propagando conhecimento de maneira poética. “É um prazer estar lançando meu primeiro cordel, que de modo especial trata sobre uma parte histórica da nossa cidade” explana. Gildásio também é autor de outras obras que retratam o município, como a Cartilha História de Lauro (1992/1998), Influências e contribuições afro-brasileiras em Lauro de Freitas (2006), entre outros.

 

Consagrado com o prêmio Berimbau de Ouro, em 2016, pelo reconhecimento do trabalho voltado à arte-educação, Cristóvão Silva reproduziu com jovens de Lauro de Freitas a peça “Os Filhos da Abolição”. “A peça está nos seus dez anos de criação. Os jovens encenam a escravidão desde sua origem fazendo uma reflexão com os dias atuais. Ela retrata o processo mercantilista, navios negreiros, engenhos e a relação casa grande senzala”, contou Silva. Após o fim da peça, a historiadora Fátima Fontenelle fez uma interlocução sobre a abolição e a escravidão nos dias atuais.  

 

O morador de Itinga, Juan Mércio Santos, 21, faz parte do grupo que encenou a peça. “Contamos a história do povo africano através da arte, mas também estamos lutando pela equidade entre os povos. O Novembro Negro é o mês de dar visibilidade a Consciência Negra. Temos a arte como um instrumento de luta e transformação social”, destacou o jovem ator.

 

Na roda de conversa, ativistas e representantes da cultura discursaram sobre os povos e comunidades tradicionais e reforçaram a importância do Novembro Negro. A noite contou com apresentações de grupos artísticos e percussão como Poesia Crioula, Tribais, Capoeira Floreira de Itinga e Loca de Teatro. O artista Sivu, apresentou a exposição Aborígenes, máscaras afro-indígenas que expressam a força da natureza em sua totalidade. 

 

A frente da organização do Novembro Negro em Lauro de Freitas, Paulo Aquino, superintendente de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SUPPIR) fez um balanço das atividades. “A programação do mês é importante, pois temos um município de maioria afrodescendente que chega a 76% da população. Iniciamos com a Alvorada dos Ojás, tivemos a caminhada “A Cor da Cidade” e movimento Hip-Hop, a Agitação Cultural, e seguimos até o último dia do mês”, apontou.

As atividades do Novembro Negro de Lauro de Freitas continuam com programação para o dia 28, com a  “Oficina de reciclagem de papel” às 8h, na Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SESP). Dia 30, às 8h, haverá a palestra “SESP sem preconceito” e, no Campo do Quingoma, às 8h, Feirão de Saúde da População Negra e Oficina Pedagógica sobre Educação Quilombola.

 

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