Após clima tenso, Senado retoma julgamento do impeachment e ouve professor como informante

 Após clima tenso, Senado retoma julgamento do impeachment e ouve professor como informante

Após bate-bocas entre senadores e suspensões da sessão, o Senado retomou às 13h17mo julgamento final do impeachment da presidente Dilma Rousseff com o depoimento de testemunhas de defesa. O primeiro a falar será o professor de economia da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzo, porém, como informante.

O advogado José Eduardo Cardozo fez o pedido afirmando que deseja evitar polêmica. Senadores pró-impeachment tinham anunciado que fariam o pedido porque Belluzzo assinou um manifesto contra o afastamento de Dilma que chegou a ser protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Antes do início do depoimento, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, respondeu a questão de ordem levantada antes do intervalo rejeitando pedido de aliados de Dilma que desejavam mudar de testemunha para informante o status do depoimento de Antonio Carlos Costa D’Ávila, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) ouvido na quinta-feira. Lewandowski entendeu que o pedido era extemporâneo.

Ele aceitou pedidos da defesa para dispensar Esther Dweck, que conforme revelou O GLOBO, foi nomeada no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e transformou em informante o professor Ricardo Lodi Ribeiro, que tem procuração para defender Dilma no TCU. 

O presidente do PSDB, Aécio Neves (PSDB-MG, anunciou que todos os senadores favoráveis ao impeachment não farão mais perguntas às testemunhas de defesa da presidente afastada. Dos 18 senadores que permanecem inscritos para perguntar a Belluzzo apenas Reguffe (sem partido-DF) tem votado pelo impeachment.

Segundo o tucano, as testemunhas não têm o que agregar mais nesta fase do julgamento e que a decisão se baseia na “economia processual”.

O senador Jorge Viana (PT-AC) também falou rapidamente pedindo que a Casa avance nos trabalhos. A intenção é ouvir em sequência as cinco testemunhas da defesa.

Durante toda manhã desta sexta-feira, segundo dia de julgamento, não houve avanços, apenas questões de ordem sobre o rito do processo comandado pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski.

– Estaremos presentes, mas não faremos perguntas – disse Aécio, garantindo que todos os partidos favoráveis ao impeachment entraram no acordo.

No início do jlugamento, antes do bate-boca, a defesa de Dilma decidiu se antecipar a argumentações da acusação e dispensou a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck de prestar depoimento. A manutenção dela como testemunha de defesa foi contestada depois que o O GLOBO revelou sua nomeação no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Também para evitar polêmicas, a defesa pediu que o professor da UFRJ Ricardo Lodi Ribeiro seja ouvido como informante e não mais como testemunha,

TROCA DE FARPAS

Os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) voltaram a trocar ofensas em plenário no segundo dia do julgamento do impeachment. Após ser chamado de “desqualificado”, Caiado afirmou que Lindbergh era “pior que Beira-Mar” e tinha uma “cracolândia” no seu gabinete. O petista voltou a atacar o colega afirmando que o bicheiro Carlinhos Cachoeira era quem sabia da vida dele. Lewandowski, então, resolveu suspender a sessão pela primeira vez.

A sessão de julgamento do impeachment foi suspensa pela segunda vez depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou o microfone para reclamar dos colegas, afirmar que a sessão era um “hospício”. O clima esquentou quando Renan criticou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) por ela ter dito que o Senado não tinha moral para julgar a presidente Dilma. O presidente do processo, Ricardo Lewandowski, em meio a gritos, antecipou o almoço, suspendendo mais uma vez a sessão.

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