Arquivo Histórico de Camaçari é reinaugurado como guardião da memória e da identidade cultural do município

 

Com a proposta de valorizar a memória, salvaguardar documentos históricos e promover o pertencimento cultural, a Prefeitura de Camaçari, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), entregou à população, na noite desta quinta-feira (24), o novo Arquivo Histórico do município. Localizado no Centro da cidade, o equipamento cultural ressurge totalmente revitalizado, reunindo elementos que contam a trajetória de Camaçari ao longo dos tempos.

Durante a solenidade, o prefeito Luiz Caetano destacou a importância do espaço para as novas gerações. “É uma alegria poder devolver esse patrimônio ao povo, principalmente aos jovens. Eles terão agora a oportunidade de entender como nossa cidade foi se construindo. Esse prédio, que já foi delegacia e sede da prefeitura, tem uma história viva que começa na sua própria estrutura”, afirmou o gestor.

O Arquivo integra o conjunto do Centro Antigo de Camaçari, ao lado do Museu de Camassary e do futuro Cineteatro. De acordo com a secretária de Cultura, Elci Freitas, o espaço vai muito além da conservação documental. “Estamos devolvendo à cidade um lugar que guarda não só registros, mas a alma do nosso povo. Aqui, a história ganha corpo e voz, nos conectando ao passado e projetando o futuro”, ressaltou.

O imóvel, agora com 286 m² de área útil, conta com sete salas, auditório, recepção, copa, banheiros – inclusive adaptados – e rampas de acessibilidade. Com entrada gratuita, funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Com um acervo de cerca de 550 metros lineares de documentos, o espaço inclui atas, leis, decretos, livros de tombo e jornais antigos. Parte desse material já está digitalizada e conta com sistema informatizado de geolocalização. O coordenador de Patrimônio, Táta Ricardo Tavares, destacou que muitos dos documentos são centenários e ajudam a compreender os ciclos de desenvolvimento do município, como a chegada da linha férrea e a expansão urbana.

“Esses registros revelam como nos organizamos, resistimos e crescemos. É fundamental que a população tenha acesso a esse acervo para se reconhecer nessa trajetória coletiva”, frisou Táta.

O espaço também homenageia figuras marcantes da cultura local, como o poeta popular Bule Bule e o mestre griô Florisvaldo Ferreira Gomes, o seu Dadu, da Comunidade de Cordoaria. Emocionado, seu Dadu expressou sua gratidão por ter sua história reconhecida: “Não fui político, mas sou parte da luta do povo quilombola de Camaçari. Isso é um legado para os mais jovens”.

Além de preservar documentos, o Arquivo Histórico também será um polo de atividades culturais e educativas, oferecendo palestras, exposições, oficinas, cursos e outras ações voltadas para a valorização da identidade e da história local.

A cerimônia contou com a presença de autoridades, artistas, representantes de movimentos culturais e moradores da cidade, celebrando a reinauguração de um espaço que promete fortalecer o vínculo da população com suas raízes.