Arraiá de Ipitanga: Blocos tradicionais arrastam multidões pelo centro de Lauro de Freitas
As ruas do Centro de Lauro de Freitas foram tomadas pela autêntica cultura do São João com o desfile dos tradicionais blocos juninos que movimentou o início da programação do Arraiá de Ipitanga nesta sexta-feira (24). Mais de seis mil pessoas deram o tom típico da festa, embalados por trios nordestinos ou bandas de sanfoneiros com direito a muito forró pé de serra e, de porta em porta, o folião ainda conquistou com um sorriso o milho, amendoim e licor que fazem esta época do ano ser ainda mais especial e integrativa.
Saindo da Rua São Jorge, vestidos de Lampiões e Marias Bonitas, os Cangaceiros de Ipitanga tomaram a Avenida Mário Epinghaus em direção a Praça João Thiago dos Santos empunhando suas espingardas e pistolas de madeira. “Estamos completando 11 anos de existência e vivenciando esse momento de forma ainda mais especial depois de dois anos sem desfilar”, declarou o vereador e movimentador cultural, Edvaldo Ferreira.
O bloco, dividido em alas com direto a noiva e a participação da Quadrilha Sanfona de Ouro, chamou a atenção pela alegria e entusiasmo dos participantes. “São João sem desfile não tem graça. Como é bom ter nossa festa de volta”, falou Doralice Ferreira, assistindo o bloco passar da sacada de sua casa. Assim como ela, Virgínia Fonseca era só entusiasmo: “Estava esperando os Cangaceiros para começar a farriar”, disse sorrindo.
Se de um lado tinha os Cangaceiros, do outro o bloco Sanfona do Povo, composto por pessoas que praticam aulas de forró durante o ano inteiro, ensinava pelas ruas a beleza da dança mais tradicional do nordeste. “Dançar forró é muito fácil, deixa o ritmo levar você, se entrega e vai”, falou a dona de casa, Maricelia Soares. Ela, que já dança há mais de seis anos, disse que ficar sem São João foi muito ruim.”Não tem momento melhor que esse”, afirmou.
Já o bloco Arrasta Jegue, puxado por artistas locais como Zé de Tonha, Fuscão e Samba e banda Pincel, mostrou que mesmo após 22 anos de existência mantém a mesma animação dos iniciantes. “Arrasta Jegue é cultura, é São João e é Lauro de Freitas”, declarou o folião Antônio Silva, que participa desde a fundação do bloco.