Atividade cultural promove integração de imigrantes que vivem em Lauro de Freitas
Uma troca de experiência cultural, com alusão ao mês de São João, marcou a tarde de funcionamento do Centro de Referência e Apoio aos Imigrantes de Lauro de Freitas, nesta quinta-feira (30). O CRAI, que disponibiliza atendimento social, jurídico e psicológico para venezuelanos que estão refugiados no município, completou um mês de implantação no bairro do Jambeiro. O equipamento foi inaugurado no dia 23 de maio.
A primeira semana de funcionamento do equipamento contou ciclos de capacitação para os servidores, como afirma a coordenadora do CRAI, Gicelia Queiroz. “A nossa equipe passou por uma preparação, em parceria com a UFBA, para aprimorar o atendimento dos imigrantes. A partir do dia 13 de junho foi que começamos a realizar os acolhimentos do público-alvo. Nos atendimentos verificamos a questão de documentação pessoal, visto, direitos trabalhistas, além de fazermos encaminhamentos para saúde, social e educação”, explicou.
De 13 de junho até o momento, o Centro de Referência e Apoio aos Imigrantes já referenciou 158 pessoas, que pertencem a 48 famílias. O CRAI estima que cerca de 400 venezuelanos estejam vivendo no município. “Embora tenhamos uma média de quantos imigrantes estão refugiados em Lauro de Freitas, estaremos fazendo um novo mapeamento, com busca ativa, para atualizar esse dado, além de prestar um melhor serviço de referência”, completou Gicelia.
Atividade junina
Com foco na integração e valorização das pessoas, a atividade junina no CRAI proporcionou que os venezuelanos conhecessem um pouco da cultura do São do João do Nordeste brasileiro e abriu espaço para que eles também apresentassem seus costumes. No encontro teve comidas típicas, como milho, amendoim, canjica, bolo de aipim e outros. A playlist das músicas de tradição da Venezuela foi escolhida pelos imigrantes.
Para Carlos Rivas, que emigrou da Venezuela para Lauro de Freitas com a esposa e três filhos, a convivência no CRAI tem sido gratificante. “Estamos muito gratos com tudo isso. A troca de experiência é muito boa, porque a gente se sente em casa. Lá na Venezuela o São João é comemorado em alguns estados, não são todos, mas em algumas partes temos essa data que é celebrada no dia 24 junho. Também temos comidas típicas, como a majarete [lembra canjica], papelón [suco de rapadura com limão]. As músicas tem muitos tambores”, descreveu.
Quem também aprovou a atividade foi Francelys Trujillo. “As pessoas aqui são acolhedoras, dão ajuda, intercedem por nós. Tudo aqui no CRAI é gentil. Agradecemos muito pelo acolhimento”, disse. Francelys chegou ao Brasil com sua filha e uma irmã. “Tem mais de dois anos que estou no país. A minha mãe e outra irmã vieram depois. Aqui no Jambeiro é bom, ninguém mexe com a gente. Nos sentimentos bem sobrevivendo”, finalizou.