Bahia entra no foco de investidores estrangeiros

 Bahia entra no foco de investidores estrangeiros

Com a crise derrubando o valor dos ativos brasileiros em cerca de 30%, aliada à desvalorização do real frente ao dólar e ao euro, a Bahia passou a ser vista como potencial para investimentos por parte de fundos estrangeiros.

O estado enche os olhos dos empresários de fora por ainda aliar as condições nacionalmente favoráveis para negócios à localização privilegiada e ao grande potencial em áreas em franco crescimento mundial, a exemplo da mineração e energia renovável.

É o que assegura o presidente da Agência de Fomento do Estado (Desenbahia), Otto Alencar Filho, que em pouco mais de um mês recebeu a visita de consultores poloneses e israelenses interessados em investir na Bahia.

Nos dois casos, há intenção de implantar empreendimentos para a geração de energia por meio do lixo (biomassa). “São projetos que devem começar a deslanchar a partir do ano que vem com o desenrolar da crise política no país”, acredita Alencar Filho.

Desde o segundo semestre do ano passado, a Desenbahia também já foi procurada por representantes de investidores italianos, alemães, espanhóis, franceses e americanos. Em alguns casos, há ainda projetos relacionados à agroindústria.

“Todos estão com negócios bem definidos e estruturados, e ninguém quer perder o timing para investir bem no estado, que tem dimensões continentais e solo para qualquer tipo de cultura”, revela Alencar Filho.

Segundo ele, os investidores buscam a Desenbahia justamente pelo fato da instituição trabalhar com financiamento para projetos com taxas mais baixas que as cobradas pelos bancos, “desde que comprovado o impacto social e desenvolvimentista dos projetos”, como frisa o executivo.

A instituição é ainda a única no estado que repassa recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), voltados para inovação. Outro diferencial é que, na agência, quem contrata crédito não se vê obrigado a manter condições de relacionamento, como ocorre na maioria dos bancos que, mesmo em ação vedada pelo Banco Central, muitas vezes forçam a abertura de conta e aquisição de produtos e serviços atrelados, como seguros.

Com limite legal das prefeituras de só poder realizar obras até agosto, a Desenbahia, que desde o ano passado centrou ação no financiamento de projetos municipais de infraestrutura, quer agora se dedicar à atração de investidores estrangeiros, acompanhando a tendência apontada pela demanda espontânea dos agentes dos fundos internacionais.

Manterá, paralelamente, atuação estratégica na liberação de crédito para projetos que agreguem valor às principais commodities baianas, a exemplo dos produtos agrícolas e minérios, que vêm despertando o interesse externo.

Bahia Farm Show

Na última edição da Bahia Farm Show, feira agropecuária realizada no final de maio no oeste do estado, a agência ofereceu condições diferenciadas, que foram acolhidas pelos produtores sedentos por oportunidades em meio à crise.

Foram ofertadas linhas, além das normalmente previstas para aquisição de máquinas e equipamentos, mas também para projetos de novos negócios agroindustriais: o financiamento chegou a 100% para empreendimentos de até R$ 5 milhões, para quem já tinha cadastro e estava adimplente com a instituição; e, 90% para quem ainda não era cadastrado e tinha projeto de até R$ 4 milhões.

Resultado: a Desenbahia bateu recorde em crédito no evento: R$ 415,4 milhões, contra os R$ 269,8 milhões da edição de 2014, e R$ 383 milhões do ano passado. “Temos que apostar na valorização dos nossos produtos para nos tornarmos mais competitivos não só no país, mas também nos parâmetros internacionais”, afirmou Otto Alencar Filho, ao tratar dos planos da instituição em visita, na última quarta-feira, à sede do Grupo A TARDE, onde foi recebido pelo diretor geral, André Blumberg. Com informações Joyce de Souza /ATARDE

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