Bahia terá 25 mil casos de câncer registrados só em 2016, diz Instituto

 Bahia terá 25 mil casos de câncer registrados só em 2016, diz Instituto

Dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), divulgados em novembro de 2015, apontaram que 596 mil novos casos de câncer irão afetar os brasileiros no próximo ano. Destes, 25 mil deverão atingir baianos, sendo 12.900 acometendo homens e 12.350 as mulheres. Já para Salvador, a estimativa é de 2.970 novos casos para os homens e 3.340 para as mulheres.

Em todo o país, os tipos da doença que terão maior incidência serão os de pele não melanoma, para ambos os sexos e o segundo com maior incidência nas mulheres será o câncer de mama.

No Nordeste, o segundo tipo de câncer que mais afetará a população masculina será o de estômago. Alguns fatores de risco que são relacionados com o aumento da probabilidade de desenvolver a doença estão a maior expectativa de vida da população, o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de carnes processadas e o etilismo. Quando questionada sobre o motivo da incidência do câncer de pele e do câncer de pulmão no nordeste, a médica oncologista Mayana Lopes afirmou que a população não tem a cultura de passar protetor solar, principalmente porque o primeiro protetor foi introduzido no país apenas em 1984.

Em relação ao câncer de estômago, a médica afirma que pode estar relacionado a condições socioeconômicas menos favoráveis, como a alimentação e o tabagismo. Mayana destaca, ainda, que o consumo de alimentos conservados no sal, como carne do sol e carne seca, contribui para o aumento do risco de desenvolvimento da doença.

O Inca destaca que a maioria das mortes decorrentes do câncer que ocorrem hoje, acontecem nos países de baixa e média renda, principalmente relacionado à dificuldade de acesso da população à informação e ao tratamento. Isso influencia, também, na rapidez do diagnóstico. 60% dos casos de câncer no Brasil são detectados em estágio avançado. “Grande parte da nossa população não tem acesso a esse exame, por questões sociais mesmo. Além da estrutura, existem poucos hospitais públicos de referência para o tratamento no estado. Podemos ver isso claramente na incidência do câncer de mama, que acaba sendo agravado muita das vezes porque a mulher não tem acesso aos exames de rotina, como a mamografia”, destaca Mayana.

No dia 1º de setembro, uma palestra sobre a importância do fomento à pesquisa clínica no combate ao câncer será realizado no Hotel Mercure, a partir das 19 horas, em Salvador. Mayana ressalta que ainda há muito o que caminhar em relação à pesquisa no país. “A pesquisa no Brasil ainda não é muito desenvolvida, a gente acaba importando muita pesquisa de fora e fazendo pouca pesquisa, por falta de verba” finaliza.

 

Por Júlia Vigné

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