Bairro de Salvador já tem quatro agressões em uma semana

 Bairro de Salvador já tem quatro agressões em uma semana

Em apenas uma semana, o bairro mais boêmio de Salvador, o Rio Vermelho, já soma quatro agressões que se tornaram públicas após relato das próprias vítimas. O primeiro aconteceu na madrugada do domingo (3) com a cantora da Banda Sertanília, Aiace Félix. Ela foi agredida pelo taxista Antônio Ricardo Rodrigues Luz, após o motorista assediar a irmã dela.Aiace tentou defender a irmã e foi espancada pelo taxista. Ele ainda tentou atingi-la com o carro. O caso foi registrado pela polícia e Antônio Ricardo preso em flagrante no dia seguinte em casa, na Federação. O taxista já responde a um processo por agressão contra a ex-mulher. “Eu segui andando com as meninas quando ele deu uma ré super brusca tentando atropelar a mim e as meninas. Um rapaz que passava na hora me puxou e evitou que algo mais grave acontecesse”, contou Aiace em sua página no Facebook. Após conseguir escapar do atropelo, Aiace foi agredida com socos. “Não satisfeito, o taxista saiu do carro, veio na minha direção e me deu três socos no rosto, atingindo meu olho direito, minha boca e o ombro/pescoço. Como resultado, ganhei uma lesão na córnea e alguns hematomas pelo corpo”, relatou. Aiace se dirigiu até a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Brotas, mas não conseguiu registrar a queixa, porque não tinha nenhuma relação próxima com o agressor – segundo informação prestada na unidade policial. “Fomos atendidas por uma senhora super mau humorada e sem muito trato pra acolher uma vítima de agressão. Ela nos informou que lá só poderiam ser acolhidos casos em que a vítima tivesse alguma relação com seu agressor”. Segundo a delegada titular da Deam de Brotas, Heleneci Nascimento, nada disso deveria ter acontecido — nem nenhuma das dificuldades encontradas pelas mulheres vítimas de violência. Para começar, ela deveria ter sido atendida na unidade. “A delegacia trabalha com violência doméstica. Mas qualquer mulher será atendida pela Deam. Existe uma portaria que diz que a unidade que tomar conhecimento (do crime) vai registrar. Queremos saber o motivo pelo qual essa mulher não foi atendida e (a pessoa) será responsabilizada”, afirmou.

Cantor agredido

O segundo caso aconteceu neste sábado (9). O cantor Marte Ventura, vocalista da banda Urbano Elétrico – Legião Urbana Cover, denunciou a agressão que sofreu, no mesmo bairro. Em uma postagem em seu Facebook, Marte publicou uma foto mostrando machucados no rosto e contando que foi espancado ao lado da quadra de esportes que fica na Rua da Paciência — a mesma onde o promotor de eventos Leonardo Moura, 30, foi atacado na madrugada de sábado. “Seriam as mesmas pessoas?”, indagou, no post. Segundo Marte, ele e outras pessoas avistaram um jovem que estava ‘fora de si’ e ficava se jogando no chão. “Fui extremamente paciente ao tentar lidar com ele, porém não tive sucesso. Nisso, passaram esses dois rapazes e fizeram provocações contra mim”. Na terceira investida dos dois agressores, Marte afirma que mandou que parassem, porque estava tentando ajudar o jovem. “Em um outro momento que o rapaz se jogou no chão e eu caí com ele, eles dois vieram e chutaram meu nariz e rosto. Tentei levantar na mesma hora, enquanto via um monte de sangue meu caindo pelas minhas mãos, minha roupa e chão”, relatou. O cantor contou que pediu calma, mas continuou recebendo socos. “Na hora, tentei revidar também para me defender e fazer eles pararem. Por fim, seguraram ele e eu me afastei, fui sentar com o celular na orla”, continuou. Um dos homens voltou a ir até ele e os dois voltaram a brigar, até serem separados por outras pessoas. Ao fim, ele pediu às pessoas que tiverem informações sobre os agressores que o procurem. O CORREIO não conseguiu falar com ele. Segundo o delegado Antônio Fernandes, titular em exercício na 7ª Delegacia (Rio Vermelho), nada a respeito da agressão a ele foi registrado na unidade.

Produtor de eventos morto

O produtor de eventos e estudante Leonardo Moura, 29 anos, foi agredido no mesmo dia e na mesma região que o cantor. Leonardo foi atacado por volta das 5h30 de sábado. Segundo a Polícia Civil, ele foi encontrado por um pescador caído no chão próximo ao restaurante Sukiaki. O pescador acionou o Samu, que socorreu o rapaz até o HGE. Depois de ser socorrido, o produtor deixou o hospital, mas voltou a se sentir mal durante a tarde e retornou à unidade médica, onde morreu. “Ele estava com um amigo e se despediram quando saíram da boate e ele seguiu andando em direção oposta. Ele foi socorrido pelo Samu, levado para o hospital mas foi liberado. Quando ele chegou em casa começou a sentir dores e voltou para o hospital. Ele chegou a fazer uma cirurgia, perdeu o rim, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de hoje (11)”, contou ao Me Salte Afonso Leiro, amigo de infância. Para Afonso, a motivação do crime foi claramente homofobia. “Foi um crime homofóbico. Não roubaram nada dele. Foram cruéis e espancaram ele para matar”, disse. O delegado Líbio Otero, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que vai pedir uma perícia na região da Paciência, onde o rapaz foi achado desacordado. A polícia também já solicitou imagens de câmeras de segurança de comércios próximos ao local para buscar cenas do percurso de Leonardo e tentar identificar o momento que ele foi agredido.

Ciclista roubado e agredido

O final de semana no Rio Vermelho reservou ainda outro caso de agressão bastante repercutido nas redes sociais. O ciclista Tiago Cordeiro Leite disse ter sido atingido por uma paulada, na Rua João Gomes, anteontem, e teve a bicicleta roubada. “Eu estava, como sempre, pedalando no Rio Vermelho, quando repentinamente um delinquente surge de trás de um poste, me derruba com uma paulada no rosto e rouba a minha bicicleta. Quando voltei a consciência, já estava recebendo o socorro dos transeuntes que presenciaram a ação desse infeliz”, contou o ciclista em uma postagem com 1,1 mil compartilhamentos no Facebook, até ontem. Tiago disse ter ficado com “três ossos da face triturados, um corte profundo abaixo do olho direito, nariz torto” e possibilidade de cirurgia no maxilar. O CORREIO não conseguiu contato com a vítima, para obter mais detalhes do caso. Com informações Correio.

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