Bárbara Carine emociona público na FLICA 2025 ao refletir sobre identidade, ancestralidade e o poder transformador da educação

Durante a mesa “Desafiar”, realizada nesta sexta-feira (24), segundo dia da FLICA 2025, na tenda Paraguaçu, a educadora e pesquisadora Bárbara Carine, conhecida como a “intelectual diferentona”, emocionou o público com um relato profundo sobre sua trajetória acadêmica e o reencontro com sua identidade. O debate contou ainda com a presença de Manuela D’Ávila e mediação da professora Georgina Gonçalves.

Em um depoimento marcado por sensibilidade e força, Bárbara revelou que, durante a graduação e o mestrado, não se sentia pertencente ao ambiente universitário. “Eu tentava ficar quieta, invisível, pra não ser notada”, contou. A virada em sua trajetória veio quando passou a ocupar o lugar de professora.

“Quando eu me torno professora, eu vou pra outro lugar. Mas não é simplesmente porque virei professora — é pelos conhecimentos que acessei, pelos meus ancestrais que explodiram as casas da vida”, declarou, recebendo aplausos do público.

Ao mergulhar em saberes não eurocentrados, a pesquisadora afirmou ter encontrado sentido em sua própria história.

“Como eu não ia me sentir cientista, se ao descobrir a química ancestral africana eu entendi, pela primeira vez, que o conhecimento também tem cor, território e memória?”, afirmou, emocionada.

Para Bárbara, a docência é um ato político e de resistência.

“Todo sistema antidemocrático começa controlando a educação. É por isso que ser professora é um ato de coragem”, ressaltou, defendendo a escola e a universidade como espaços de criação, resistência e humanidade.

A fala da educadora sintetizou um dos momentos mais potentes da FLICA 2025, provocando reflexões sobre o papel da educação na construção de uma sociedade mais plural, crítica e inclusiva.